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Diante do altar, mil e uma promessas. Ele ergue a taça e proclama que jamais beberá dela novamente com outra mulher e em seguida joga a taça no chão e os cacos de vidro ficam ali como ‘testemunha ocular da história’. O reverendo diz frases bonitas, de efeito e eles fazem juras de amor eterno. Choram ao se olharem nos olhos, como se nunca tivessem feito isso antes. E aquele momento especial, tão esperado por ambos se concretiza quando dizem “sim”. Eles seguram firme a mão um do outro e seguem rumo a uma vida nova, ainda que sem muitas novidades. E quando estão no meio do caminho o reverendo os chama e os abençoa para a nova realidade que os espera. Casamento é algo curioso. É possível ver nos rostos femininos juvenis o sonho de estar naquele vestido branco, com aquela grinalda enorme, sendo o centro das atenções. E quando sabem que é chegado o momento do buquê elas se estapeiam, esticam o braço o máximo que conseguem, porque afinal vale qualquer coisa para garantir que no futuro, seja ele próximo ou não, o tão sonhado casamento aconteça. Enquanto uns sonham em estar no altar há aqueles que vêem a cerimônia como algo que nunca farão em sua vida. Vêem como uma “forca”, como se estivessem caminhando rumo ao matadouro. É interessante observar o comportamento humano em ocasiões como essa em que tudo parece um conto de fadas. Tudo é perfeito. A música, o cenário, as pessoas. Depois têm as fotos, a filmagem. Pronto, está registrado o dia mais especial da vida dos noivos. É como se tudo dali em diante fosse continuar perfeito, sendo que nada é assim, porque os problemas surgem, as dificuldades aparecem e o na “pobreza e na riqueza” pode se estremecer sim se um fica desempregado. É tudo tão perfeito como se daqui a uns dias não fosse brotar louça para lavar na pia ou uma pilha de roupas pra passar. É como se ele não fosse nunca roncar e ela nunca acordar despenteada. É como se não fossem existir as contas, os quilos a mais, os ciúmes, as eternas cobranças... E nesses momentos poucos se lembram das juras, da taça quebrada, do vinho compartilhado. Esquecem com facilidade daquilo tudo o que juraram um ao outro. Podia a vida ser simples como os
sonhos, como as ilusões, como aquilo que se espera. O que
muitos se esquecem é que o melhor e mais duradouro casamento
é aquele feito entre almas. Aquele onde os limites são
respeitados, onde o companheirismo e respeito caminham lado a
lado. Como disse o reverendo, “a felicidade não está
em querer ser feliz, mas em fazer o outro feliz”. Palavras
bonitas essas, mas infelizmente esquecidas com o tempo.
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