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26/06/07
O canal de televisão a cabo National Geographic está apresentando uma série especial, intitulada “Os caminhos de Che – um diário de motocicleta”, para retratar a viagem do líder revolucionário argentino Ernesto Guevara de la Serna, imortalizado sob a alcunha de Che Guevara, pela América do Sul. Este ano, se completa quatro décadas de sua morte. Dois aventureiros, uma moça equatoriana e um rapaz argentino, percorrem as localidades visitadas por Guevara e seu amigo Alberto Granado no início dos anos 1950. A mítica viagem também havia sido tema do filme “Diários de Motocicleta”, de 2004, dirigido pelo brasileiro Walter Salles – sinceramente, uma obra prima. Che Guevara é objeto de devoção, reflexão, discussão e críticas, embora essas sejam sempre em tom menor. E é sintomático que permaneça neste panteão de poucos heróis que resistem ao tempo e às mudanças de mentalidade – e, por que não dizer, à “morte das ideologias” e ao “fim da História”, pregada pelo historiador (???) Francis Fukuyama, no início da década de 90. A viagem pela América do Sul transformou o jovem médico argentino. De uma família de classe média alta de Buenos Aires, Guevara partiu, com seus ideais de jovem aventureiro para conhecer o continente. Passou pelo interior da Argentina, Chile, Peru, Brasil, Colômbia e Venezuela. Conheceu a chamada “América Profunda”, tanto suas metrópoles quanto suas áreas rurais, dos Andes à floresta Amazônica, passando pelo deserto mais seco do mundo, Atacama. Índios, negros, mestiços. Construções milenares, isoladas por áreas de exploração desenfreada, terras sob propriedade de empresas norte-americanas e/ou européias. Povos separados por fronteiras, mas muito próximos em seus costumes ou mesmo pelo idioma utilizado pelos conquistadores, o espanhol e o português. Em um discurso, feito numa festa de aniversário que passou quando estava no Peru, declarou: “A divisão da América Latina em diferentes nacionalidades é falsa. Somos uma mesma raça mestiça, desde o México até o Estreito de Magalhães”. Então, segundo Guevara, teríamos mais de uma dezena de nações-fantasia, divididas por interesses difusos de elites descendentes daqueles que ocuparam as terras (Espanha e Portugal, em maior parte). O que separaria, em suma, a Bolívia do Peru? A Colômbia da Venezuela? A Argentina do Chile, ou mesmo o Brasil do Uruguai? E mais além: o que os uniria? Semana que vem, a discussão
sobre a identidade latino-americana continua. E que Che Guevara
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