26/09/07
E o Brasil que
se dane
Parece ser esse o espírito
no Congresso Nacional após a absolvição
de Renan Calheiros. Os oposicionistas que queriam a cabeça
do presidente do Senado decidiram boicotar algumas sessões
presidas por ele, ou mesmo com sua participação.
A condição para se discutir e votar os projetos
de interesse do país é que Calheiros deixe
a presidência da Casa. Seria um prêmio de consolação
aos que davam como certa a cassação.
Eu só não sei
ordenar de forma correta essa atitude. Não sei se
os oposicionistas estão boicotando Renan e, de quebra,
o Brasil, ou se estão boicotando o Brasil para atingir
Renan. As duas opções soam como válidas.
No segundo caso, seria uma forma de a oposição
amenizar a frustração da absolvição,
forçando a saída do presidente, que teria
a opinião pública contra si, mais uma vez.
Mas isso pode ser um tiro no pé. Já que o
pescoço do senador foi preservado, infelizmente,
a vida deve seguir, e o país tem pressa.
Quando se dispõe a travar
certas discussões, a oposição pode
atrair para seu lado a indignação dos que
têm urgência nas mudanças. Certamente,
não é essa a melhor tática. Além
do que, o senador pecuarista já deu mais do que mostras
suficientes de que não largará o posto assim.
Caso não encontrem uma maneira de contornar a situação,
os grandes prejudicados, para não perder o costume,
serão os brasileiros. Particularmente, acho que Renan
Palheiros, digo... Calheiros já deve se dar por satisfeito
por não ter sido cassado. Ele precisa largar a vaidade
e se afastar do posto. É até melhor, já
que sairia do olho do furacão.
Mas não acredito que
será assim. Até porque descambou para a violência
um dos processos contra o peemedebista. A Folha on Line
traz notícia em destaque nesta terça cujo
título é: “Autor da 4ª denúncia
contra Renan é agredido em Brasília”.
De acordo com o site, Bruno de Miranda Lins, bacharel em
direito e responsável pela quarta denúncia
contra Renan (participação em esquema de desvio
de dinheiro público), foi agredido na madrugada de
sábado, numa boate em Brasília.
Miranda Lins disse ter sido
"atacado" por quatro seguranças e por Robério
Negreiros Filho, noivo de Flávia Garcia Coelho, sua
ex-mulher e assessora parlamentar de Renan. Ele diz que
foi tudo "premeditado", em retaliação
às denúncias que fez nas últimas semanas.
Aonde isso vai parar?
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Orozimbo Souza Júnior
é jornalista, assessor de imprensa e pós-graduando
em Comunicação Política. Escreve todas
as quartas-feiras. E-mail: souzajunior1@yahoo.com.
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