15/08/07
PT contra-ataca
Após algumas especulações um tanto
quanto maledicentes, o Partido dos Trabalhadores, em seu
diretório regional, decidiu se manifestar contra
insinuações que continham tom de “vira-casaca”.
Na etapa estadual do 3º Congresso Nacional do PT, realizada
em Contagem há duas semanas, a legenda decidiu e
formalizou sua postura com relação ao governador
Aécio Neves em 2010: não o apoiará
numa candidatura à presidência da república.
Essa atitude vem em um momento
importante. Quando o país se vê às voltas
com mais uma crise política, uma possível
aliança entre rivais históricos, certamente,
colaboraria para aumentar a desconfiança da população
para com os políticos. Se consolidada, essa união
traria à tona um clichê, que, às vezes,
não deixa de ter um certo porquê, que diz:
“vale tudo na política”. E mais, o casamento
de opostos reforçaria as suspeições
de que o jogo de interesse político-partidário
se sobrepõe aos desejos do povo.
Creio que seja um acerto essa
decisão dos petistas. Para a população,
especialmente a parcela que não gosta de política,
é preciso ficar claro quem está de que lado.
Assim, a saída fácil que atesta que político
é tudo igual fica enfraquecida. Com as posições
definidas, é mais fácil escolher. Aproveito
para reforçar aqui o que já tive várias
oportunidades de dizer. Para fortalecer a democracia, é
fundamental que haja oposição. Mas com responsabilidade.
Militantes em campo
Ainda sobre o PT, surgiu uma notícia de que os diretórios
do partido estariam organizando uma reação
contra as manifestações de 4 de agosto último,
realizadas em cinco cidades brasileiras. Na ocasião,
um protesto em solidariedade às famílias das
vitimas da tragédia da TAM e contra a crise aérea
acabou virando um levante contra o governo federal, batizado
de “Fora Lula”.
A meta dos petistas é
fazer mais barulho em defesa do presidente da república
e superar os números dos manifestantes contrários.
Tarefa essa que não será tão difícil.
De acordo com informações das cidades em que
houve manifestação, a participação
da população foi irrisória: duas mil
pessoas em São Paulo; 300 pessoas no Rio de Janeiro;
250 em Belo Horizonte; 150 em Curitiba e 100 em Brasília.
À favor dos lulistas,
tem-se ainda pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada
semana passada, que mostra que o Lula não teve sua
imagem pessoal abalada pela tragédia aérea
e suas repercussões.
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08/08/07
- Fanfarronice
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Orozimbo Souza Júnior
é jornalista, assessor de imprensa e pós-graduando
em Comunicação Política. Escreve todas
as quartas-feiras. E-mail: souzajunior1@yahoo.com.
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