19/09/07
Uma boa prévia
do filme
Esta semana, decidi dar um
tempo nos assuntos de política, mesmo com um turbilhão
de coisas acontecendo. É que falar sobre isso me
desgasta. Falo sério. Então, pedi autorização
do editor-chefe para escrever sobre outra paixão
que tenho: música. Permissão concedida, aviso
que no próximo artigo volto à rotina. Tem
as repercussões do caso Calheiros, a matéria
da revista Istoé, cujo título é: Mensalão
mineiro e outros temas.
Vamos ao que interessa no momento.
Na sexta-feira, 14, foi ao ar pela Rede Globo o especial
Por toda minha vida, desta vez, narrando parte
da trajetória do ex-líder da Legião
Urbana, Renato Russo. Sou muito crítico com relação
a tudo que é publicado sobre o músico. Tenho
uma ligação quase umbilical com suas músicas,
desde que ouvi, em 1986, quando ainda morava na roça,
a canção Eduardo e Mônica.
Como todo fã que se preze, sei as letras de todas
as músicas, tenho todos os discos e acompanho tudo
o que sai na mídia. Muitas vezes, leio e vejo algumas
produções precárias ou mesmo incompletas.
Entretanto, o especial global me surpreendeu.
Para mim, a produção
não trouxe nada de novo. Todas as histórias
narradas eu já ouvi um sem número de vezes.
Mas foi tudo muito bem feito. Com as imagens dos fatos já
amplamente divulgados, pude ter uma dimensão maior
da trajetória de vida de um dos principais letristas
do país. A conjugação da cronologia
do músico com depoimentos de pessoas que conviveram
com ele chegou a arrepiar. Só faço uma ressalva,
que é compreensível. Seria difícil
compilar uma história tão rica em pouco mais
de uma hora e 20 minutos. O que justifica uma falha na produção,
que deu uma acelerada no momento em que era abordada a discografia.
Alguns fatos interessantes, a partir do terceiro disco da
Legião, Que país é este?,
não foram divulgados.
Um exemplo emblemático
refere-se ao momento que precedeu o lançamento deste
álbum. A banda estava isolada, longe da imprensa
após o fim da turnê do segundo disco. Devido
à divulgação de desentendimentos entre
os músicos, começaram a surgir rumores de
que o grupo chegara ao fim. Houve boatos até de que
uma importante revista de rock já tinha uma matéria
preparada para ser sua capa, anunciando o fim da banda.
Eis que de repente, sem alarde, é lançado
Que país é este?, surpreendendo
a muita gente. O disco, em quase sua totalidade composto
por músicas da primeira banda de Renato, o Aborto
Elétrico, foi gravado e mixado em poucos dias. Puxado
pela música que dava título ao álbum,
este alcançou um grande sucesso de vendas, que foi
impulsionado pelo hino Faroeste caboclo.
Mas, como disse, a não abordagem desse e outros fatos
é aceitável.
O que pude presumir após
o especial é que o tão esperado filme sobre
a vida de Renato Russo teve uma, posso dizer, prévia
interessante. A partir de agora, aguardo com mais ansiedade
pelo longa-metragem, que não deve demorar ter sua
produção iniciada. Na tela grande, podermos
ter a abordagem de acontecimentos que não foram ao
ar na Rede Globo.
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Orozimbo Souza Júnior
é jornalista, assessor de imprensa e pós-graduando
em Comunicação Política. Escreve todas
as quartas-feiras. E-mail: souzajunior1@yahoo.com.
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