05/09/07
Presidente mineiro:
novas possibilidades
Sou mineiro de Formiga, no
oeste do Estado. Moro em Belo Horizonte há quase
22 anos e conheço boa parte dos 853 municípios
das nossas Minas Gerais. Tenho muito orgulho da nossa gente,
das nossas tradições, de falar uai.
Mas procuro sempre analisar tudo de maneira crítica.
E faço algumas ressalvas à mineiridade, especialmente
ao seu excesso de bairrismo. Até mesmo na política
tal particularidade é notada, e me incomoda.
Essa manifestação
vem ganhando grandes proporções desde que
começou a ser ventilada a possibilidade de o governador
Aécio Neves (PSDB) concorrer à presidência
do país em 2010. Tenho visto muitos conterrâneos
extremamente animados com isso. Nem tanto pelas capacidades
do tucano, mas exclusivamente pelo fato de poderem reviver
um presidente nascido em nosso Estado. Aqui não vai
nenhuma crítica ao governador, que desempenha um
bom papel na administração estadual. O que
me preocupa é o fato de que o segundo maior colégio
eleitoral do Brasil pode aderir em peso a um personagem,
não a um projeto de país.
Deixando de lado essa discussão,
até porque o assunto é complexo, o sonho de
revivermos JK pode ganhar mais personagens. No Terceiro
Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores, encerrado
neste domingo em São Paulo, lideranças petistas
“deram o grito”. Algumas dos principais líderes
da legenda manifestaram a intenção de o PT
ter candidato próprio em 2010, ou, na pior das hipóteses,
de conduzir uma aliança, indicando a candidatura.
Entre os petistas mencionados, os nomes mais falados são
os da ministra do Turismo, Marta Suplicy-SP, do governador
baiano Jaques Wagner e dos mineiros Patrus Ananias (ministro
do Desenvolvimento Social) e Fernando Pimentel (prefeito
de Belo Horizonte).
Talvez sejam esses os políticos
com mais chances entre os petistas. Os quatro passaram incólumes
pelos escândalos que envolveram o PT nos últimos
anos. Marta, apesar do “relaxa e goza” parece
ter mantido sua boa imagem entre seus companheiros. Os outros
três são homens públicos bem-sucedidos,
apesar de não terem muita projeção
nacional. Independente de seus currículos, o que
vai definir as possibilidades de cada um é a atuação
de Lula nos próximos anos de seu mandato. De qualquer
forma, os mineiros podem ganhar mais dois pré-candidatos.
Só espero que, sejam quais forem os indicados, a
escolha se dê pelas qualidades de cada um, não
pelo simples fato de terem nascido por estas bandas.
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Orozimbo Souza Júnior
é jornalista, assessor de imprensa e pós-graduando
em Comunicação Política. Escreve todas
as quartas-feiras. E-mail: souzajunior1@yahoo.com.
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