Não me espantará ver hospitais sem médicos, ruas sem policiais e escolas sem professores. Um verdadeiro caos está se instalado na cidade. Estamos enxugando gelo e perdendo tempo.
 
 

22/08/07
Viva a vaia!

O brasileiro aprendeu a vaiar. E ainda bem. Há tempos já deveríamos ter começado essa prática. A vaia que jamais será esquecida na abertura do Pan do Rio, marcou o início de uma nova fase que demonstra a insatisfação da sociedade com todos os governos e governantes. Estamos cansados de sermos vistos como idiotas, de sermos iludidos com promessas vazias e vãs. Somos um povo que custou muito para chegar onde estamos e poderíamos estar anos-luz adiantados se tivéssemos, no poder, políticos decentes. Mas temos parte com isso. Somos medíocres. Nunca soubemos votar. Somos cara de pau. Reelegemos vigaristas e apostamos em qualquer um. Agora estamos despertando de um sono longo e profundo.

Colocaremos “nariz de palhaço” sim. Não é assim que nos vêem? E iremos reagir. Vamos ver quem vai rir melhor no final. Vaiaremos até nossas gargantas doerem. Vale a pena. E quem está merecendo uma chuva de vaiais é nosso querido governador, Sérgio Cabral. O tão esperado aumento, que atingirá mais de 200 mil servidores públicos da Saúde, Educação e Segurança, veio como um “tapa na cara” do trabalhador, cujas expectativas excediam esse mísero reajuste. Um aumento de 25% dividido em dois longos anos. Vamos falar o bom português: apenas 1% e se contentem.

O governador disse que não quer saber de manifestações e nem de insubordinação. Tratam-nos como crianças e o pior, retardadas. Ele acha o que? Agora irá nos colocar de castigo? Posando como um bom xerife decidiu cortar o ponto dos grevistas. Em plena democracia, onde o direito a greve é permitido temos que acatar a todas as decisões. Pois que ele saiba que foi essa mesma democracia que o elegeu e talvez seja ela que o tire de onde está se as coisas continuarem nesse ritmo.

O povo está cheio. Entendemos que o Estado lhe foi passado cheio de rombos e sabemos que nem mesmo os quatro anos que tens pela frente serão suficientes para que todos os problemas sejam resolvidos. Mas estamos cansados de esperar. Queremos ver algo acontecer. Não me espantará ver hospitais sem médicos, ruas sem policiais e escolas sem professores. Um verdadeiro caos está se instalado na cidade. Estamos enxugando gelo e perdendo tempo. Nessa “picuinha” quem paga o pato é sempre o povo.

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Patrícia Caldas é uma carioca que ama Belo Horizonte, mas não abre mão das lindas praias da cidade maravilhosa. Sua alegria está em escrever e gritar para os quatro cantos do mundo suas verdades. Além de ter esperanças de um mundo melhor, ser irônica e perspicaz, é jornalista. Escreve todas as quartas-feiras na coluna Diz Tudo. E-mail: p.jornalista@gmail.com

   
 
 

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