A Exposição Speed fica na Casa Fiat de Cultura até o dia 30 de setembro. A entrada é gratuita. Endereço: Rua Jornalista Djalma Andrade, 1.250, Belvedere - Nova Lima, MG.
 

24/09/07
Arte e Velocidade lado a lado
Exposição Speed, que vai até o dia 30 deste mês em Belo Horizonte, mostra a cultura do automóvel e prova que carro e arte se misturam, e dividem o mesmo espaço.

A Casa Fiat de Cultura, localizada no bairro Belvedere, zona sul de BH, abriu no mês de junho uma exposição inédita, que conta a história do automóvel e sua relação com a arte. São várias obras expostas em um espaço de 1.400 metros quadrados, que vão desde as famosas pinturas de Giulio D'anna e de outros artistas italianos que são referências nas artes plásticas do século XX; até a Ferrari campeã mundial de Fórmula 1 de Michael Sumacher.
A idéia da exposição é colocar em evidência a arte futurista. Mas, você pode está se perguntando agora: "O que carro tem a ver com cultura e arte?" A resposta é: tudo! Na Itália, por exemplo, carros com mais de 70 anos são considerados obras de arte, constando no Ministério da Cultura como bens culturais.

A visita ao espaço cultural, começa com uma réplica do Demoiselle, construído por Santos Dumont para o seu primeiro vôo. Ainda na seção ‘Velocidade nos Céus’ os visitantes entram em contato com ampliações fotográficas, documentos e fotografias originais que contam as histórias do vôo de D’Annunzio sobre Viena e do recorde de Francesco Agello, que em 1934 tornou-se o aviador mais veloz do mundo. Por fim, vídeo-projeções e filmagens da época completam essa viagem pelo mundo da velocidade nos céus.
A segunda parte da visita, nos leva a conhecer a 'Beleza da Velocidade'.

A atenção agora se volta para outra direção: páginas do Manifesto do Movimento Futurista de Marinetti, reproduzidas em imensos painéis, que imediatamente conduzem o visitante a 1909, época do nascimento do automóvel, no qual o mito da velocidade iniciou a fantasia dos mais célebres artistas futuristas: Boccioni, Balla, Baldessari, Dottori, Russolo. Nesta seção aparece o primeiro automóvel do percurso expositivo, símbolo nascente da velocidade, ainda distante das formas aerodinâmicas, mas já objeto de culto 'O Design, Forma da Velocidade', é a terceira etapa da exposição. Para ilustrar esta passagem, são expostos os projetos, as miniaturas e as patentes do engenheiro Giacosa, célebre projetista que contribui com suas idéias inovadoras para o nascimento de uma nova concepção de automóvel.

A passagem entre a terceira e a quarta seção é conduzida por meio de cartazes e esboços de renomados cartazistas e artistas tais como Sironi, De Chirico e Codognato, que idealizaram campanhas publicitárias de extremo valor artístico com a intenção de divulgar aquilo que era o novo objeto de culto, a perfeita junção entre a arte e a tecnologia: o automóvel.

A força dos automóveis e das motos como símbolos do conceito de velocidade entre os anos 20 e 40, bem como alguns dos carros mais significativos deste período, são apresentados na seção quatro da mostra, chamada de 'O mito do automóvel - entre o costume e a velocidade'. O objetivo é fazer com que o visitante mergulhe não apenas na história do automóvel, mas também no mito da velocidade, por meio de vídeos e material fotográfico de corridas da época.
De lá, o visitante chega até a quinta etapa da visita e se depara com uma fábrica de automóveis idealizada para a produção em ritmo veloz, com concepção única no mundo: sua linha de montagem tinha a forma de uma espiral ascendente, desembocando na pista de provas no teto da edificação. Nesta seção surge uma série de projetos e desenhos originais de arquitetura futurista, inúmeras fotografias originais da fábrica do Lingotto, quadros futuristas com o tema da cidade do futuro, etc.

Já na parte dedicada a 'Velocidade da Produção', foram feitas exposições de fotografias e ampliações que sintetizam o conceito de velocidade e operosidade da linha de montagem, lugar no qual a velocidade da produção permitiu os progressos tecnológicos da época. A relação homem-máquina torna-se extremada, revelando-se como formato ideal para levar os bens de consumo - e a modernidade - às massas. A busca incessante pela atualização em relação a um novo estilo de vida, dentro de um mundo no qual a velocidade não é mais somente beleza artística, mas uma real necessidade de expressão e sobrevivência.

Na seção 'A Guerra', o difícil momento da Segunda Guerra Mundial ressurge, por intermédio de clips de filmes de época, como um período de choques terríveis e de estagnação social. A humanidade sofre, resiste e espera pelo real progresso, que viria a explodir nos anos seguintes.

Depois da guerra vem o 'Boom: a velocidade do crescimento', é a etapa seguinte da viagem ao mundo da arte e da velocidade. Foi a época da retomada econômica e da extraordinária velocidade do crescimento. Nesta seção, que tem ênfase no boom econômico italiano, são expostas peças e objetos representativos de culto da época e representações palpáveis de um novo mundo de consumo: a moda, representada pelos vestidos do estilista Emílio Pucci; o design, com os primeiros eletrodomésticos pensados para facilitar e acelerar o ritmo de vida; a mobilidade, com a Vespa, a Alfa Romeo Giulietta e o Fiat 500 (o carro das massas, e que este ano foi relançado pela Fiat na Itália, como um veículo moderno e bem atraente). Um painel que conduz o visitante ao clima de euforia que caracterizou os anos 50 e 60. Trechos de filmes cult e outras obras da época completam o quadro expositivo.

Os protestos, a contestação e a ruptura dos costumes dos anos 60 e 70 fomentam o nascimento e o crescimento de novos movimentos culturais que influenciam, desde então, o modo de se ver - e interpretar - o mundo. Estamos no espaço 'A Velocidade da Mudança'. A aerodinâmica - expressão da velocidade - e a funcionalidade dominam o design. ganha formas aerodinâmicas, tendência expressa por notáveis objetos do design "Made in Italy" da época até os dias atuais. Obras de artistas visionários , além de carros e motos e automóveis, de design com linhas aerodinâmicas e obras dos artistas visionários. A união entre as seções nove e dez traz os objetos mais representativos, caracterizados por linhas quase desenhadas do movimento.

A penúltima seção da exposição Speed é 'A Competição', dedicada às competições e ao mito das corridas. Duas marcas representativas da velocidade na Itália aparecem apresentadas: a Ducati e a Ferrari. Um carro (a Ferrari que foi campeã da temporada 2003 da Fórmula 1 com Michael Chumacher) e uma motocicleta de competição concluem a viagem dentro do mito da velocidade. Vídeos das competições protagonizadas por estas marcas compõem a seção.

'A Velocidade do Futuro' é a última parte de nosso passeio. Um longo corredor acompanha o visitante em direção à saída. Durante o percurso, dez telas com áudio contam o conceito de velocidade no futuro e em suas infinitas declinações.

A Exposição Speed fica na Casa Fiat de Cultura até o dia 30 de setembro. A entrada é gratuita. Endereço: Rua Jornalista Djalma Andrade, 1.250, Belvedere - Nova Lima, MG.

Horário de funcionamento:
Terça a Sexta: 10h às 21h
Sábado e Domingo: 14h às 21h
Feriados: 14h às 21h

E mais uma exposição vai agitar BH
Entre os dias 06 e 09 de Dezembro, a capital mineira ganhará mais um evento para os apaixonados por carros. É a Bienal do Automóvel, que acontecerá no Expominas. Vamos falar mais deste evento nas próximas semanas na coluna de Veículos em O Binóculo.

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Marcello Oliveira é jornalista. Fale com ele: marothavio@yahoo.com.br





   
 
 

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