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Na última semana, o presidente do Atlético, Ziza Valadares, convocou a imprensa à sede do clube para propor publicamente uma virada de mesa para que o América, caso a queda seja confirmada em campo, permaneça na primeira divisão do futebol mineiro. A fim de esclarecimentos, o Coelho ocupa a última colocação no Estadual – com apenas quatro pontos ganhos em nove jogos – e já sem chances de disputar a Série C do Brasileirão deste ano. De fato, a situação do tradicional América é crítica. 2007 praticamente acaba para a equipe – com a não disputa da terceirona – e o rebaixamento ao Módulo II seria algo catastrófico para 2008. Dizer hoje que a equipe corre riscos de se transformar em um mero clube social já não é nada tão absurdo. Contudo, deixando de lado o periclitante momento americano, atenhamos-nos à proposta feita pelo dirigente do Atlético. Em um futebol brasileiro marcado pela desorganização, bagunça e desrespeito às regras - e que nos últimos anos vem apresentando avanços, como a disputa do Brasileiro por pontos corridos -, um presidente de um grande clube propor publicamente uma virada de mesa é algo lamentável. As mais recentes experiências, principalmente com o Fluminense no fim da década de 1990 e com a disputa da Copa João Havelange em 2000, demonstram como foi prejudicial o “dane-se às regras”. O outro fato que questiono, de menor importância, mas também digno de observação, é se Ziza quis de fato ajudar o rival ou se foi pura demagogia. Como presidente e ex-jogador de futebol ele conhece formas mais eficazes de ajudar uma equipe. Exemplos são muitos, como o empréstimo de jogadores, renegociação de eventuais dívidas ou mesmo parcerias que, nos últimos anos, vem mostrando a sua importância – vide a estabelecida entre Cruzeiro e Ipatinga. Leia também
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