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Hoje resolvi falar de amor. Mas não vá achando que vou escrever um roteiro, tal qual livro de auto-ajuda ou coisa do gênero. Mesmo porque amor não é algo que se ensine, mas que se aprende. Sozinho. Amor não é uma coisa que você adquire mais quantidade, como um produto: Aqui, por favor, me dá um quilo de amor. Nada disso. Amor se adquire, quando menos você espera está amando. E às vezes, meio sem querer, você é obrigado a deixar de amar, mas não consegue. Nisso esse sentimento é um tanto quanto injusto, afinal, você começa a amar sem querer e, quando deseja não tê-lo mais, não consegue. Exatamente porque o amor não é uma roupa que você deixa no canto e nunca mais pega. Ele está com você. Assim, afastar da pessoa amada pode ser uma boa saída, mas nem sempre a solução. Nesse pouco tempo de vida aprendi algumas coisas, a maioria delas em momentos difíceis: é interessante ressaltar que o amor de mãe e filho ou entre irmãos é diferente de um amor de homem e mulher. Um irmão ou um filho pode discutir, brigar, mas mesmo estando errados a família há de perdoar. Mesmo porque, a gente pode separar da esposa, da namorada, mas não há como separar da família. Ou talvez a gente acabe separando de uma companheira, afinal aquele não é seu verdadeiro amor. Bem, se é que existe isso.
Cresci e com isso veio Almodóvar, Mike Nichols, Alain Resnais, Michel Gondry, Zhang Yimou, Walter Salles, Ferzan Ozpetek, entre outros. Ozpeteck e seu sublime Um amor quase perfeito. Confesso que até pouco tempo não conhecia esse filme, que faz o espectador repensar inúmeras atitudes em relação ao outro. Assim como Almodóvar, o diretor italiano é incapaz de julgar qualquer um daqueles personagens e mesmo diante as supostas adversidades ele apenas narra os fato e dá aquela gente voz como qualquer outro. Já David Lean em Desencanto aborda duas questões que são fundamentais a discussão. A primeira: o amor também pode ser muito cruel e mostra que Laura Jesson, mesmo estando feliz com o novo relacionamento, se sente amargurada e, às vezes, arrependida, pela traição ao marido. De fato traição é um ponto negativo em um relacionamento, mas apenas as pessoas que se arrependem desse ato é que realmente vão sofrer, no entanto, quem já faz isso rotineiramente passa a tratar esse fato como normal. O segundo aspecto a ser problematizado é que não se pode dar chance ao acaso. No filme Laura é uma mulher casada, com dois filhos e mesmo sem a intenção de trair o marido acaba por fazer, talvez por não querer ser mal educada ou mesmo pela dificuldade em dizer não. Bem, vamos à sinopse para explicar melhor: Laura tem o hábito de ir à outra cidade todas as quintas-feiras para, entre outros afazeres, almoçar e ir ao cinema. Numa dessas viagens o médico Alec vê a mulher sofrendo por ter um cisco no olho e oferece ajuda. Já na próxima semana os dois almoçam juntos e sem graça em rejeitar a companhia do médico vão também ao cinema. Depois disso, eles passam a se encontrar com mais freqüência e acabam se apaixonando. Um relacionamento é mais ou menos um compromisso que uma pessoa possui com outra e mesmo tendo inúmeras pessoas interessantes ao seu redor, às vezes até mais que o próprio parceiro esse compromisso não deve ser quebrado para não magoar a pessoa com quem convive. Aliás, é muito fácil você se relacionar com mais uma, duas, três pessoas, mas não gostaria de ver seu parceiro com outra (o). Nesse caso, também surge uma nova questão: quando uma mulher é gentil com um homem nem sempre ela quer algum tipo de relacionamento, a não ser amizade, com ele. Já o contrário, quase em 100% das vezes o homem pensa numa segunda intenção. Tenho orgulho em dizer que não faço parte dessa porcentagem.
João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.
27/04/07 13/03/07
09/03/07
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