Em junho deste ano a tropa diferenciada da Polícia, o Choque, entrou na Universidade Estadual Paulista (UNESP) campûs de Araraquara, para retirar estudantes que haviam ocupado a reitoria. Dias depois, ó Choque retornou, pois havia uma suspeitas de uma re-ocupação.

Foto: Arquivo Movimento Tortura Nunca Mais - RJ

 



28/08/07

Bem distantes: o humanismo e o amor

“Qual a causa da baderna em São Paulo? Qual seu custo? Como enfrentá-la?”
“É difícil explicar, é difícil calcular, é difícil sugerir. Mas, se não for para isso, por que alguém irá comprar um jornal?” – questiona Carlos Brickmann, nesta página do Observatório da Imprensa.

Na coluna Enfermaria da Revista Caros Amigos deste mês, redigida pelo gabaritado jornalista Mylton Severiano, você encontrará informações a respeito do site Observatório de Violências Policiais. Trata-se de uma homenagem a um jornalista morto na ditadura em 71: Luiz Eduardo Merlino (foto).

O Observatório das Violências Policiais-SP é um sítio voltado para a documentação da violência institucional no Estado de São Paulo, revelada pela ação dos policiais e de outros agentes do Estado contra as populações pobres das periferias urbanas. Contém um banco de dados de casos de violências (chacinas, execuções sumárias, torturas, mortes sob custódia, abuso de poder, injustiças) baseado essencialmente em notícias de cerca de 100 jornais. Contém ainda a lista mensal de mortos por policiais e homens encapuzados em chacinas. Pretende ser um espaço de memória desses anônimos torturados e mortos na tragédia social cotidiana. Contém ainda denúncias, notícias de protestos, documentos, relatórios, artigos, entrevistas, legislação, bibliografia e comentários sobre obras culturais que tratam da violência sofrida pelas populações urbanas pobres.

Nos anos 90, Caco Barcellos (aquele do quadro Profissão Repórter do Fantástico) comprovou no livro Rota 66 – a polícia que mata, que a postura envolvendo policiais é curiosamente sempre parecida, claro, sem generalizar. Eles nunca têm culpa, matam em legítima defesa, contribuindo bastante para manter o Brasil com altos índices de mortes por armas de fogo – o que nos coloca ao lado de países que estão em guerra civil, como na África ou Iraque, por exemplo. O livro foi ganhador do premio Jabuti em 93.
Esta lista de abusos de poder impressiona, para não citar outras mais pesadas.

Estudantes de Araraquara no ônibus da PM levados à delegacia para serem fichados. Qualquer semelhança com o passado próximo é mera coincidência?

Ação Paralela Em junho deste ano a tropa diferenciada da Polícia, o Choque, entrou na Universidade Estadual Paulista (UNESP) campus de Araraquara, para retirar estudantes que haviam ocupado a reitoria. Dias depois, o Choque retornou, pois havia suspeitas de uma re-ocupação. Lá, os soldados lacraram a Universidade, impedindo que pessoas transitassem no local. Independente do fato de uma ocupação ser ou não uma maneira correta de protesto e reivindicação, uma coisa é certa: polícia lacrando a Universidade?

Na semana passada, foi a vez da faculdade de Direito da USP. A ofensiva policial nesses casos, a mando do Estado, retira o caráter político da ação e o coloca como uma questão de segurança pública, deslegitimando-o. Mas isso ninguém fala.

 

Leia também
06/08/07 - A correria nossa de todo dia

13/08/07 - Cenas de um filme esquisito e real


___________________________________
Gabriel P. Ruiz é jornalista, reside em Bauru-SP, gosta de rock ´n roll e vive usando a desculpa de entrevistar as bandas para conhecê-las. É editor da Revista Ponto e Vírgula da web rádio Unesp Virtual, onde também produz o programa On the Rock!. Mais no seu blog (wwwggabrielruiz.blogspot.com). Escreve todos os domingos. E-mail: gabrielpruiz@yahoo.com.br


   
 
 

colunas

[ + ]
Amenidades
[ + ]
Diz Tudo
[ + ]
Nota Independente

[ + ]
Perspectiva
[ + ]
Retalhos Culturais
[ + ]
Trejeitos

enquete

Ocupar as reitorias é certo de reivindicar os direitos estudantis?

Sim Não

 

Expediente::: Quem Somos::: Contato:::Política de Privacidade:::Patrocine nossa idéia
Copyright © 2007 Jornal O Binóculo On Line All rights reserved