Quarta-feira - 13/06/07
Em homenagem ao NoMínimo

Na semana passada, muitos internautas ficaram surpresos com notícia divulgada sobre o possível fechamento do site de notícias “NoMínimo”. Sem entrar nos detalhes, tudo, como sempre, parece estar ligado a questões financeiras. Nem os expressivos números da página: mais de 150 mil assinantes, fora outros tantos leitores assíduos que conferem média mensal sempre superior a 3 milhões de pageviews, audiência que atingiu seu pico em dezembro com mais de 5 milhões de páginas visitadas, podem evitar que o encerramento das atividades aconteça.

Entretanto, há algumas pessoas otimistas com relação à continuidade das atividades do “NoMínimo”. Entre eles, o jornalista Pedro Dória, que é colunista lá. Ele sugere que os assinantes, que não pagam pelo serviço, passem a fazê-lo, o que poderia resolver o problema da insolvência financeira. Não sei se resolverá, mas não deixa de ser uma boa idéia. Particularmente, acho o site muito interessante. Sempre que posso, leio suas matérias, que, via de regra, fogem do lugar comum. Ali existem muitos jornalistas com os quais não concordo com a conduta profissional, tampouco com suas opiniões. Contudo, para mim, o saldo é positivo. Por isso, decidi fazer uma homenagem ao “NoMínimo” esta semana. Resolvi escrever a coluna no formato dos nossos “concorrentes”, até porque são muitos temas na cena política, e não poderia deixar algum passar “batido”. Espero ter a mesma competência. Vamos aos fatos:

Calheiros subiu no telhado \\ Bom... Pelo menos no que depender dos indícios. Está cada dia mais evidente que Cláudio Gontijo, lobista da construtora Mendes Junior, fez os tais pagamentos de aluguel e pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem o senador Renan Calheiros tem uma filha fora do casamento. Os pagamentos ocorreram entre meados de 2004 e o fim de 2005. Esta semana, o advogado de Mônica, Pedro Clamon Filho, disse ter recebido uma ameaça anônima de morte. Aí tem!

Por outro lado, crescem as chances de o pescoço do político ser salvo pelo corporativismo. Após a declarada manifestação de apoio de ampla maioria do Senado, a última nova é que o presidente da Comissão de Ética da Casa, Sibá Machado PT-AC, disse que, no processo para avaliar quebra de decoro parlamentar, Mônica não será ouvida. Justo ela que, aos olhos de um leigo em investigações, é peça-chave no caso. Vai entender...

Reviravolta a caminho \\ Esta semana, o ministro do desenvolvimento social, Patrus Ananias/PT-MG, disse que pretende concorrer ao governo do Estado de Minas Gerais em 2010. Essa declaração, sustentada por ele em sua trajetória política e em sua passagem pelo ministério, contrariam rumores de que ele seria candidato à Prefeitura de Belo Horizonte em 2008. O candidato petista ao governo estadual seria Fernando Pimentel. Caso isso se confirme, está pintando um racha no PT Mineiro. Aguardem.

Inversão no casamento \\ Após 15 anos apoiando o PT na Prefeitura de Belo Horizonte, o PCdoB vai tentar inverter os papéis neste que é um dos casamentos mais duradouros da política nacional. Os comunistas pretendem lançar um candidato próprio para a Prefeitura da capital mineira em 2008, com apoio do Partido dos Trabalhadores. Tarefa das mais complicadas. Isso é outro indício de que o quadro descrito no parágrafo anterior pode vir a se confirmar. Não sei se é o caso de citar o outro, mas “há algo de podre no Reino da Dinamarca”. Não me refiro à podridão no sentido lato, e sim a um cheiro de que algo está fora do curso normal na política mineira.

CPI Vavá \\ É isso mesmo. A oposição articula a instauração de um CPI para investigar o possível tráfico de influência por parte do irmão do presidente da república. Menos, né. Está certo que a denúncia é grave, e que precisa ser esmiuçada. Mas não é assunto tão relevante a ponto de merecer uma Comissão Parlamentar de Inquérito. A tentação por CPI’s no Brasil ultrapassa os limites do bom senso. Se elas pelo menos resolvessem alguma coisa... Se houve tráfico de influência, não sei. É preciso apurar. Agora... Coitado do Lula, né não? A cada dia toma uma punhalada diferente.

Uai, não entendi \\ Na semana passada, passeou pelas ruas de Belo Horizonte a Tocha dos Jogos Pan-americanos Rio 2007. Ela foi conduzida pelas ruas da cidade por atletas, ex-atletas, artistas e autoridades. Estranhei a ausência do governador Aécio Neves. Sempre presente e participativo em ocasiões da mais alta relevância como essa, Aecinho não nos brindou com sua presença, correndo com a pira e exibindo seu preparo físico (ou a falta dele), pelas alamedas da capital. Mas vamos dar um desconto ao governador. Era feriado prolongado. Ninguém é de ferro, né não?


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Orozimbo Souza Júnior é jornalista, assessor de imprensa e pós-graduando em Comunicação Política. Escreve todas as quartas-feiras. E-mail: souzajunior1@yahoo.com.br

 
 

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