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Na semana passada, a alta cúpula do PMDB ofereceu um jantar a Lula. Quem esteve presente garante que predominou um clima muito amistoso, com várias trocas de afagos entre o presidente da república e alguns dos peemedebistas que foram ao jantar. Lula, aliás, fez questão de elogiar em especial três membros do partido: os senadores José Sarney-AP e Renan Calheiros-AL, além do ex-ministro do Supremo Nelson Jobim. Com estes, havia um certo mal-estar provocado pela postura do Palácio do Planalto na condução da eleição que definiu o nome do deputado Michel Temer-SP para a presidência do partido. O governo teria fortalecido o grupo que apóia o parlamentar paulista, em detrimento de outros segmentos peemedebistas. Mais do que essa aparagem pública de eventuais arestas, chamou a atenção o discurso de Temer. Ao empunhar o microfone, ele deu o seguinte recado: “está na hora de o PMDB ter um projeto de poder para 2010”. Em outras palavras, o partido confirma alguns rumores, que já até foram citados nesta coluna, de que terá candidato próprio à presidência da república em 2010. Ao que tudo indica, contará com o apoio do PT. Colocadas as cartas na mesa, a dúvida que fica é a de qual seria o nome mais indicado, voltamos, então, a lançar mão da expressão ‘especulação’, que, a propósito, tem sido a mais recorrente ao se projetar o pleito em questão. Um político que vem ganhando status a cada dia é Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro. Tido como campeão nas urnas, por sempre receber votações significativas nas eleições que disputa, seja para deputado, senador e, mais recentemente, para o governo fluminense, ele pode ser a bola da vez. Mesmo enfrentando problemas crônicos em seu Estado, sobretudo nas áreas de segurança pública e saúde, Cabral tem atraído a atenção de muita gente, devido à sua postura na frente o cargo que começou a ocupar no início do ano. E já há alguns formadores de opinião que, publicamente, manifestaram sua admiração por ele. Outro nome forte é do próprio ex-ministro Nelson Jobim. Nas esferas públicas, é tido como homem sério e austero. Mas ele pode ter contra si o fato de estar longe dos holofotes. Neste momento, não ocupa nenhum cargo de destaque. Outros nomes podem surgir, já que o partido é o que tem maior representação em todos os cargos políticos no país, além de ser dono de várias pastas ministeriais no atual governo. Contudo, é preciso muita cautela e canja de galinha quando se trata de PMDB, para mim um partido surpreendente. Nada impede que interesses internos derrubem as melhores opções da legenda, como já aconteceu num passado não muito distante. Lamentável
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