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Muita gente foi pega de surpresa na semana passada quando o governador Aécio Neves (PSDB) anunciou o convite ao petista e ex-embaixador do Brasil em Cuba, Tilden Santiago, para assumir um cargo de confiança na Companhia Energética do Estado (Cemig). Durante o anúncio, aos jornalistas surpresos, Aécio disse que estava convidando o Tilden, por sua experiência e capacidade profissional. O convite não era ao Partido dos Trabalhadores para fazer parte do governo do Estado. Ao comentarem o assunto, alguns tucanos, como o deputado federal Nárcio Rodrigues, elogiaram a postura do governador. Em outras palavras, disseram que a atitude foi uma demonstração de amadurecimento na política, e que ideologias diferentes não podem significar inimizades ou rivalidades. O interesse do povo deve estar acima de tudo. Pode até ser, mas esse convite é muito mais complexo. A cada dia, o governador mineiro dá demonstrações de habilidade ao “costurar” apoios em prol de seu futuro na política, leia-se presidência da república. Aécio tem trânsito muito bom com “caciques” de vários partidos. Há algum tempo, é aventada a possibilidade de ele ser apoiado por Lula em 2010, pasmem, ou não. Certo mesmo é que o tucano se fortalece a cada dia. Mesmo sendo muito cedo, vai ser difícil alguém desbancá-lo na sucessão presidencial. Caso essa tendência seja confirmada,
o Brasil poderá ter uma das maiores coalizões de
sua história. Creio que nunca houve tanta aceitação
a um mesmo político por estas bandas. Isso, por um lado,
é bom, já que, pelo menos em tese, garante a governabilidade.
Muitos governantes reclamam de oposições destrutivas,
que travam a consolidação de importantes projetos.
O perigo reside no fato de que poderemos não ter fiscalização.
Sempre vejo os oposicionistas com esse papel. A tendência
é de que tenhamos um governante com carta branca para conduzir
o país a seu bel-prazer.
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