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Em meio outra celeuma na conturbada vida política do país, uma, mais do que as várias questões em aberto, agita os bastidores de Brasília. Muito mais do que saber se Renan Calheiros tem, ou não, condições financeiras de arcar com os gastos decorrentes de sua “pulada de cerca” com a jornalista Mônica Veloso, há uma inquietação para descobrir de onde vieram as denúncias que ligariam o senador alagoano a um lobista da Empreiteira Mendes Júnior. Circulam boatos de que o peemedebista fora alvejado por fogo amigo, vindo, provavelmente, de teóricos aliados. Alguns acreditam que foi alguém do PT, no Senado Federal, que teria dado munição para que as denúncias fossem deflagradas. Não é novidade para ninguém que há muitos petistas descontentes com o casamento de conveniência do PT com o PMDB. Por outro lado, todos sabem dos vários rachas dentro do próprio Partido do Movimento Democrático Brasileiro, que está partido há muito tempo. Seguindo essa segunda linha de suspeição, as denúncias podem ter surgido na Câmara Federal, oriundas de algum peemedebista da ala ligada ao deputado federal Michel Temer-SP, que é contrária à ala comandada por Renan Calheiros e José Sarney. Seja lá qual for a origem das denúncias, o que não pode acontecer é uma aparente subversão das graves acusações que envolvem Calheiros. Longe de querer antecipar julgamento, ele precisa se explicar, o que, até agora, não fez. Mesmo apresentado alguns comprovantes bancários, não conseguiu convencer de que tem renda suficiente para justificar certos gastos. Isso não deixa de ser um indício para reforçar uma relação, no mínimo, de promiscuidade do político com uma empresa que tem negócios com o poder público do país, em várias instâncias. Então, que os políticos revejam o que deve ser a prioridade nas suas ações, já que, certamente, discutir intrigas pouco ou nada interessa ao país. Independente dos desdobramentos do caso Calheiros, uma coisa já ficou clara: dificilmente, ele perderá poderes políticos. Como tem bom trânsito entre vários partidos, a aceitação de suas palavras, sobretudo no Senado, chegou a me impressionar. Após discursar para se defender, foi aplaudido de pé. Mais uma vez, reforço que não quero adiantar julgamento, até porque vejo o senador como uma figura séria e idônea, até que me provem o contrário. Quero ver, sim, uma investigação que esmiúce todos os indícios.
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