Quarta-feira - 28/03/07

Sobre Franklin Martins e o novo ministério

Um dos mais competentes jornalistas de política do país assumirá uma pasta extremamente estratégica no próximo ministério do presidente Lula. Com status de ministro da comunicação, cargo novo, Franklin Martins, entre várias outras atribuições, terá a missão de tornar mais claras para o grande público as ações governamentais, além de esclarecer os recorrentes temas polêmicos que envolvem a condução do poder.

Creio que faltou alguém com essa atribuição e/ou autonomia durante os escândalos políticos no primeiro mandato de Lula. Por uma questão cultural, os brasileiros tendem a dar pouco ou nenhum valor aos temas políticos. É senso comum associar a ação dos governantes a algum tipo de maracutaia. Poucos são aqueles que discernem sobre bons e maus políticos, ainda mais quando escândalos ganham tom de espetáculo no noticiário jornalístico. Em outras palavras, os governantes precisam ter alguém ou algum órgão que explique para a população claramente, “em dias da semana”, como diria Guimarães Rosa, todas as nuances políticas. Tenho convicção de que a nomeação de Martins e a criação do Ministério da Comunicação atenderão a essa demanda.

Quanto aos demais ministérios, ainda em fase de formatação, é possível perceber que este será mais político em relação ao primeiro mandato do atual governo. Devido à dificuldade de se conseguir nomes na iniciativa privada, o presidente terá de abrir mais espaço para políticos da base aliada e, claro, do próprio PT. Lula disse, recentemente, que considera heróis os ministros que recebem R$ 8 mil por mês. Se compararmos essa remuneração com a realidade da nossa população, veremos que o governante “soltou”, no mínimo, uma hipérbole. Mas, se analisarmos as responsabilidades de um ministro, aliadas ao desgaste provocado pelo cargo e às necessidades, digamos, curriculares que tal posto requer, veremos que Lula não está de todo errado.

No Brasil, certamente, quem tem gabarito para ser ministro consegue, facilmente, remuneração mais atrativa longe da esfera governamental. Então, como atrair para o ministério as pessoas ideais? A solução é escolher entre os políticos indicados pelos partidos aliados. E é aí que mora o perigo. Lula contou, em seu primeiro mandato, com especialistas da sociedade civil que não conseguiram desenvolver o trabalho que se esperava deles. Podemos citar Márcio Thomaz Bastos, Luiz Fernando Furlan e Roberto Rodrigues, referências nacionais nos segmentos aos quais pertencem. Se eles não tiveram o êxito esperado, imaginem as dificuldades que enfrentarão os “ministros-políticos”. A conferir.



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Orozimbo Souza Júnior é jornalista, assessor de impresa e pós-graduando em Comunicação Política. Escreve todas as quartas-feiras. E-mail: souzajunior1@yahoo.com.br

 
 

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