Quarta-feira - 28/02/07

PT tenta preparar terreno para sucessor de Lula

Se a eleição presidencial de 2010 fosse antecipada para hoje, o PT não teria nenhum candidato com reais possibilidades de derrotar a oposição, seja lá qual for o nome que venha a ser indicado pelo PSDB. Por isso, duas coisas são fundamentais para que o Partido dos Trabalhadores não seja um mero coadjuvante na sucessão, cumprindo apenas o papel de apoiar um nome ou outro. A primeira é que Lula tenha um bom desempenho no mandato há pouco iniciado. A outra é que o partido faça brilhar algumas de suas estrelas.

Começando pela segunda possibilidade, o diretório nacional do PT tem travado uma ferrenha luta nos bastidores para garantir a titularidade de alguns ministérios considerados estratégicos. Tarefa essa que está sendo das mais árduas. A base aliada, sobretudo o PMDB, já deu o “grito”, e não está disposta a se contentar com postos de pouca representação. Daí nasce o dilema de Lula: como satisfazer os aliados, fundamentais para o sucesso do atual mandato, e, ao mesmo tempo, permitir a representatividade de seu partido? As negociações seguem a todo vapor e, contrariando alguns apressadinhos, o anúncio da nova composição ministerial ainda pode se arrastar mais.

Nessa disputa por postos estratégicos, o partido do presidente tenta emplacar Marta Suplicy no Ministério das Cidades. Apesar de toda a crise que assolou o PT em 2005 e 2006, Marta teve sua imagem preservada. Seu nome não apareceu, nem de longe, associado às muitas trapalhadas de seus companheiros. Outro petista que passou incólume pela crise foi Patrus Ananias, que nutre em alguns membros do diretório mineiro do partido o sonho de ter seu nome indicado para a presidência em 2010. Essa possibilidade é pouco provável, dado o fato de que quem dá as cartas é o diretório paulista da legenda.

Outra frente de trabalho dos partidários de Lula é investir em Jaques Wagner e Marcelo Déda. Governadores eleitos na Bahia e em Sergipe, respectivamente, seus nomes surgiram como esperança após as últimas eleições. Neste caso, tudo dependerá do desempenho de ambos, para que possam pleitear alguma coisa dentro do PT. Também será fundamental o apoio do Palácio do Planalto nos quatro anos de governo que Wagner e Déda acabam de iniciar.

Independente de qual seja a opção do PT, uma coisa é certa: não adiantará nada o brilho individual de alguns petistas se o presidente Lula não se sair bem neste segundo mandato. Por isso, é bom que ele mantenha coesa a base aliada e seu partido. Além disso, é preciso que pense duas vezes antes de conceder cargos, para evitar tiros no pé como ocorreu no primeiro mandato, após os escândalos que envolveram alguns indicados por partidos aliados para postos importantes, como os Correios. Não basta apenas satisfazer desejos para compor o novo ministério. É necessária precisão cirúrgica para apontar os nomes, e isso não está, nem será, nada fácil.

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Orozimbo Souza Júnior é jornalista, assessor de impresa e pós-graduando em Comunicação Política. Escreve todas as quartas-feiras. E-mail: souzajunior1@yahoo.com.br

 
 

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