
06/08/07
Amenidades
Crônicas
Olá a todos! Com esta
coluna, o Binóculo ganha mais um nome em seu time.
E, pensando aqui na minha estréia, me dei conta de
uma coisa: estou ouvindo música brasileira! Claro,
você que não me conhece deve estar pensando:
"E daí?" Mas é uma coisa curiosa
para se pensar, eu sempre ouvi muito pouco de música
em português, sempre priorizei o inglês.
Quando mais novo, ao dispensar
uma oportunidade de conhecer melhor um músico tupiniquim,
eu sempre ouvia: "Você ainda vai amadurecer".
Não sei se era questão de amadurecer, se era
uma exposição maior ao que vinha de fora.
Em casa, o pessoal gostava muito de Beatles, Sinatra e afins.
Comecei pelo que já ouvia normalmente e fui inovando.
Bob Dylan, por exemplo, ninguém mais aqui gosta,
ficou só comigo mesmo.
Não acho que seja questão
de amadurecer porque conheço pessoas mais velhas
(e supostamente maduras) que continuam não gostando
do produto nacional. Assim como há outros mais novos
que gostam desde pequenos. Realmente, não sei explicar
o que acontece. Só sei que, em um determinado momento,
ouvi Meu Caro Amigo, parceria de Chico Buarque e Francis
Hime, e gostei. Disso, pulei para outros discos do Chico
e acabei conhecendo bem a carreira dele, e gostando cada
vez mais. Mas não saí muito daí. Tom
e Vinícius são caras que eu respeito demais,
mas não despertam tanto meu interesse.
No entanto, recentemente recebi
algumas músicas de uma amiga, para tentar dar uma
chance a nomes que eu conhecia vagamente. Confesso que já
entortava o nariz logo de início, era algo cult demais
para alguém que tinha os olhos (e ouvidos) voltados
para o rock. E não é que gostei? É
cedo dizer que sou um conhecedor da obra de Zeca Baleiro
e Lenine, por exemplo, fiquei apenas em algumas amostras.
Mas o material é interessante, tenho que reconhecer.
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Marcelo Seabra é jornalista
graduado pelo Uni-BH e pós-graduando em História
da Cultura e Arte. Para falar com ele escreva para:
mseabra@gmail.com
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