Talvez os visitantes não sejam leitores de fato e pode ser que boa parte dos livros comprados nunca serão lidos, mas conseguir fazer de um evento de literatura um grande sucesso em um país em que a média de leitura é de menos de dois livros ao ano é realmente impressionante e merece todo o nosso crédito.

Foto: Alex Ferro

 

01/10/07
O Saldo da Bienal

Neste domingo, dia 23/09 se encerrou a 13º edição da Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, que contou com 300 expositores nacionais e 20 internacionais. A estimativa é de que 640 mil pessoas passaram pelo Rio Centro para acompanhar a exposição.

Prazer:

Ver todos os livros que você queria no mundo, juntos no mesmo lugar.

Desprazer:

Receber míseros 20% de desconto, com sorte, em compras acima de 50 Reais!

Para um evento que tem como um dos seus objetivos a democratização da leitura em um país de não leitores, os preços estavam pouco democráticos!

Para quem gosta de ler e consome livros, melhor negócio é ir até a sua livraria preferida, que resiste bravamente a concorrência, entrar de graça e usar os dez reais para completar o dinheiro para comprar aquele livro que há muito você espera para ter.

Ponto Alto:

O jirau de poesia com Ferreira Gullar no último dia de exposição e o debate com Ricardo Noblat, Cecília Giannetti, Dodô Azevedo e Ricardo Neves, sobre literatura em Rede. O momento: ah! É por isso que estou aqui...

Ponto Baixo:

Eduardo Suplicy tentando falar de ética no mundo de hoje após a “bandalheira” no Senado.

Mico da Bienal:

Roberto Justus que esteve no penúltimo dia da Bienal para autografar seu livro "O Empreendedor", percorrendo os corredores apinhados de gente em um carrinho, como aqueles que se usam na prática de golf, empurrando todo mundo e o pior: sendo seguido por um monte de brutamontes que barravam qualquer pessoa que empurrada pela multidão era jogada perto do “chefe”.

Apesar dos preços altos e o ingresso de dez reais, a Bienal do livro tem seus méritos. Como lotar três pavilhões de um centro de convenções em plena Barra da Tijuca em um fim de semana ensolarado!

Talvez os visitantes não sejam leitores de fato e pode ser que boa parte dos livros comprados nunca serão lidos, mas conseguir fazer de um evento de literatura um grande sucesso em um país em que a média de leitura é de menos de dois livros ao ano é realmente impressionante e merece todo o nosso crédito.

Gabriel Chalita, secretário de educação do estado de São Paulo, também esteve autografando seus livros por lá e ressaltou a importância deste tipo de evento para a formação dos leitores brasileiros: “A bienal saiu do eixo Rio - São Paulo e hoje o Brasil todo tem algum movimento literário, que faz com que a criança tenha contato com o livro, pegue e folhei o livro. É por aí. Temos que fazer da literatura uma coisa gostosa. Sabor e saber são palavras que tem a mesma origem. O saber tem que ser saboroso."

Para os iniciados, a Bienal serve mesmo é para participar de debates bastante pertinentes e encontrar com seus escritores preferidos e grandes personalidades da literatura brasileira como: Lygia Fagundes Telles, Pedro Bandeira, Rubens Alves, Ziraldo, Luís Fernando Veríssimo...

Leia também:

15/09/07 - Prazer número dois

01/09/07 - Pequeno Prazer número 1


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Liana Carvalho é jornalista especializada em Telejornalismo pela
Universidadde Anhembi Morumbi de São Paulo. É uma afixionada pela combinação de vinhos e comidas, e se tornou Sommelier pela ABS - Associação Brasileira de Sommeliers. Trabalhou por cinco anos no jornal Correio Braziliense e hoje colabora com jornais e revistas na capital
paulista. Fale com ela: leecarvalhius@yahoo.com.br


   
 
 

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