(...) Preciso me imaginar criança; preciso aprender a perguntar coisas óbvias, pois assim poderei encontrar boas respostas.

 



13/09/07

Perguntas e respostas


E desde lá já se foram 11 meses.

O tempo, muitas vezes, não meu deu tempo. Apesar de achar isso uma desculpa esfarrapada, às vezes sinto que passou rápido demais. Não posso negar que foi uma constante magia. É uma deliciosa emoção. Bom, hoje me sinto melhor; talvez seja a sensação de, a cada dia, entender seu sorriso de forma diferente. Como aprendi nesses últimos meses! Como percebi a intensidade de um passo, a alegria de um sorriso esbanjando apenas dois dentes!

Mas tenho carregado uma certa dose de angústia nos últimos dias. Preciso voltar a ter curiosidade de criança, de receber o mundo com um sorriso sincero, de braços abertos. Sei que daqui a pouco passarei por baterias constantes de perguntas. Precisarei exercer com afinco o jornalismo investigativo. Preciso ter argumentações eficazes para perguntas simples. As respostas precisarão ter a mesma simplicidade e curiosidade das perguntas.

Sei que não será tão simples assim. Por mais que eu me prepare, é bem provável que ficarei, muitas vezes, sem saber o que dizer, mas serei honesto. Pesquisaremos juntos, riremos.

E poderá acontecer de repente, em qualquer lugar, nas mais inusitadas situações.
Imagino:
- Pai, você conhece Deus?
- Por que a gente morre?
- O que é o amor?
- Existe bicho mais chato que pernilongo?
- Por que os homens se matam?

É por isso que preciso me imaginar criança; preciso aprender a perguntar coisas óbvias, pois assim poderei encontrar boas respostas. Vou me apressar para reciclar meus conhecimentos, pois quando menos esperar, posso ser surpreendido por uma pergunta do Caio. Quero que ele entenda desde cedo que seu pai está muito longe de ser um herói, mas que ralará junto com ele para descobrir coisas, questionar respostas. Tentaremos ver mais magia em uma rosa solitária no jardim.

Espero que o tempo nos conceda tempo de sermos pai e filho, simplesmente. Com perguntas e respostas sinceras, sempre

 

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Gledson José Machado é jornalista, amante da literatura, da poesia e das escritas. É assessor de comunicação da Açoforja. Escreve todas as quintas-feiras. E-mail: gledsoncd@gmail.com


   
 
 

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