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Os
personagens do grande Angeli dão um show de irreverência,
e alegram os fãs com mais de trinta anos, com um humor
sagaz e maduro, mas sem desagradar o público adolescente.
A produção é dirigida ao público adulto
e tornou-se a primeira animação da história
do país a ser classificada para maiores de 18 anos, em
função de uma possível apologia as drogas,
o Ministério da Justiça promoveu esta determinação
no início deste ano, mas o diretor Otto Guerra, correu
atrás e conseguiu escapar da censura, classificando a animação
para acima dos 16 anos, isso com certeza foi um avanço,
garantin do um público maior Foram nada menos que 11anos envoltos em muitas dificuldades, falta de apoio e verbas, sem esquecer de um dos fatos mais curiosos do processo, no início do trabalho estavam previstas 3 músicas da famosa banda Os Mutantes, mas Sérgio Dias, um dos ex-integrantes, pediu pelo uso das músicas o valor de 100 mil reais. Para não inviabilizar a produção que não podia ultrapassar o valor de 1 milhão de reais, Otto buscou apoio de Rita Lee e Arnaldo Baptista, também antigos integrantes dos Mutantes, e assim conseguiu a liberação para o uso algumas músicas como, "Hulla-Hulla" e "Eu vou me salvar", mas mesmo com estes e outros contratempos, o filme foi bem e recebeu premiação no programa para filmes de baixo orçamento do Ministério da Cultura, além de levar 3 prêmios no Festival de Pernambuco, nas categorias de Melhor Trilha Sonora, Prêmio Especial do Júri, e o de Melhor Atriz Coadjuvante com a atuação de Rita Lee. O fato de Otto Guerra ser um dos maiores fãs dos personagens de Angeli, colaborou para um filme que agrada aos mais fanáticos pela turma mais underground de bichos-grilo dos quadrinhos nacionais. As vozes de Rita Lee interpretando a personagem Rê Bordosa e Tom Zé como Raulzito, ficaram perfeitas, mas também não podemos esquecer de Sepé Tiaraju e Zé Vitor Castiel nos respectivos papéis de Stock e Wood, que deram um verdadeiro show à parte. Apesar de todas as dificuldades do processo, Otto conseguiu a maior parte da verba a partir de editais públicos e concursos, pois dito por ele mesmo em várias entrevistas, era quase impossível conseguir empresas que quisessem ter seu nome ligado a um filme que tinha como subtítulo a seguinte frase "Sexo, Orégano e Rock n' Roll", mas o resultado foi o que ele esperava, a produção foi finalizada e para grande surpresa dele e de toda a equipe, a receptividade do público na faixa dos 17 aos 19 anos foi fantástica, sem contar é claro com a total satisfação de Angeli, que praticamente não interferiu no roteiro, deixando tudo a cargo de Rodrigo John, que por outro lado, diz não ter feito nada mais do que ser fiel aos quadrinhos do criador de Wood e Stock. O Cartunista nascido em São Paulo viveu uma época diferente, e sempre tentou retratar desde a década de 80, um humor sarcástico e revolucionário em suas tiras. Nascido Arnaldo Angeli Filho, adotou o nome do meio como pseudônimo, e com o tempo foi desenvolvendo uma galeria enorme de personagens antológicos, a exemplo de Bob Cuspe, os Skrotinhos, Wood & Stock e a irreverente Rê bordosa. Angeli
começou sua vida profissional muito cedo, já aos
14 anos, trabalhava na revista Senhor, além de colaborar
para vários fanzines, cresceu como artista, e Sexo, Orégano e Rock n' Roll, exprime perfeitamente a vida de Wood & Stock, que se dão conta que não estão mais vivendo na era hippie dos anos 70, e percebem que além de cinquentões, estão barrigudos e carecas. Wood agora é pai, e Overall é o seu filho com Lady Jane, o garoto, completamente avesso as atitudes do pai, dá um tom de moralidade na trama. Lady Jane termina cansando de Wood que não faz nada na vida para ganhar dinheiro, e sai em busca de "orientação espiritual" com o guru Rhalah Rikota, um pilantra de marca maior. Stock também desempregado busca abrigo na casa do recém solteiro amigo, e daí para frente, haja orégano para agüentar essa turma que resolve reunir os velhos amigos e reativar a antiga banda. O filme tem boas sacadas, principalmente a imagem que faz homenagem ao álbum de 1969 dos Beatles "Abbey Road", realmente vale a pena conferir e valorizar o trabalho desta equipe batalhadora, que lutou bastante para transportar Wood, Stock e seus amigos, das tirinhas para as telas de cinema. Leia
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