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Surgindo inicialmente nos anos 40, a história do Motoqueiro Fantasma era totalmente diferente do que conhecemos hoje, com uma trama no estilo faroeste, tendo como personagem principal um pistoleiro a cavalo, que aterrorizava malfeitores usando uma pintura fluorescente e uma máscara branca bem ao estilo espagueti, que ficou conhecido no Brasil como Cavaleiro Fantasma. Em agosto de 1972 nos Estados Unidos, surge no título Spotlight #15 a criação dos roteiristas Roy Thomas e Gary Friedrich e do desenhista Mike Ploog, O Motoqueiro Fantasma, foi a partir daí, o mais famoso “Rider” dos quadrinhos e ganhou os moldes que conhecemos hoje. Vário personagens também carregavam o nome Ghost Rider nos Estados Unidos, mas o poder da Marvel, fez com que os outros terminassem mudando de nome, como no caso do nosso amigo dos anos 40 que terminou mudando seu codinome para Phantom Rider. Casos assim são comuns no meio das hq’s, a Marvel já foi por várias vezes acusada severamente de plágio, mas isso é uma história pra ser comentada em outro momento. Voltando ao nosso amigo Motoqueiro, o atual Johnny Blazze foi o primeiro Motoqueiro Fantasma, tal qual no longa que está nos cinemas, ele trabalhava junto com seu pai adotivo, num show circense, e faz pacto com o demônio Mefisto, para assim poder salvar seu pai da morte. Essa atitude leva-o a ser transformado num servo das trevas, e se tornar o Motoqueiro Fantasma. Nos quadrinhos esse Motoqueiro Fantasma fez parte, durante a década de 70, dos Campeões um supergrupo que tinha como integrantes: Anjo, Homem de Gelo, Viúva Negra, Hércules e Estrela Negra. Inicialmente ele aparecia sempre logo após o sol se pôr, ou então quando quem o hospeda passa por uma situação de grande sofrimento. Sua transformação sempre traz muita dor, gerando um tremendo desconforto para o hospedeiro, que com a carne derretendo se transforma em uma forma cadavérica do Motoqueiro. Não compartilhando da personalidade do hospedeiro, tendo a sua própria, ele se auto-denomina “O Espírito da Vingança” e segue perseguindo criminosos que ele denomina como "pecadores". O norte-americano Mark Steven Johnson de 42 anos, atua como roteirista desde 1993, e está é sua terceira atuação como diretor, seus últimos trabalhos foram Pequeno Milagre em 1998 e Demolidor - O Homem Sem Medo, outra adaptação dos quadrinhos para o cinema lançada em 2003. Com um orçamento de US$ 120 milhões, inicialmente Motoqueiro Fantasma iria para os cinemas em 2006, mas Mark precisou de mais tempo para terminar o longa e consegiu junto aos produtores adiar o lançamento para fevereiro deste ano. As filmagens ocorreram em Melbourne, na Austrália e durante o processo de produção o ator Jon Voight chegou a ser contratado para atuar no longa, mas posteriormente deixou o projeto sem explicações. Todos os dias eram necessárias 3 horas para que o penteado de Nicolas Cage ficasse como estava no filme, além disso Cage possui uma tatuagem do Motoqueiro Fantasma tendo que cobri-la com maquiagem para interpretar Johnny Blaze, o alter-ego do personagem principal. Até o crânio do Motoqueiro foi criado a partir de radiografias da mandíbula de Cage, para que pudesse se encaixar exatamente nas proporções de sua cabeça. Cage também teve sua voz trabalhada pelo designer sonoro Don Davis, que depois de gravar todas as suas, misturou tudo aos rugidos de três animais diferentes que não foram revelados, executando de trás para frente utilizando filtros especiais em diferentes freqüências, o resultado foi pelas palavras do próprio Mark, “excelente, está parecendo um verdadeiro e demoníaco rugido de leão, essa voz vai fazer o cinema tremer”. Para quem já curte quadrinhos há algum tempo, não é novidade que Cage é um fã incondicional do Motoqueiro, mas finalmente após ser recusado para interpretar Superman e Constantine, ele consegue depois de muito lobby o papel principal, interpretando seu personagem favorito. Muitos fãs ficaram enraivecidos com a escolha de Cage para o papel principal e de Mark para direção, pois para muitos Cage não passa de um canastrão e Mark é praticamente um estreante na direção de filmes. Mas apesar das críticas dizerem que o longa é um filme para a “molecada”, particularmente fui assistir em três cinemas diferentes, e presenciei um enorme público adulto que lotava as salas e saía maravilhado da sessão. O filme surpreendeu, os efeitos especiais são ótimos e a ambientação é perfeita conseguindo transportar o espectador ao mundo dos quadrinhos, a maior prova disso é o primeiro lugar nas bilheterias, faturando mais de US$ 50 milhões no seu primeiro fim de semana. A adaptação cinematográfica do herói dos quadrinhos, consegue mostrar um protagonista sólido e bastante carismático, e um roteiro que não deixa a desejar aos fãs do “Caveira Flamejante”, e não esquece da namorada repórter do herói, além é claro de não faltar uma boa dose de bom humor. É sem dúvida um bom filme, e indispensável para quem é fã do universo das histórias em quadrinhos.
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