Ao assistir Paris, te amo (Paris, je t´aime, 2006) me foi apresentada uma cidade que eu ainda não conhecia. Uma Paris que vive normalmente, e não presa aos velhos conceitos de uma “cidade-imagem”.

 

19/09/07
Com quantos curtas se faz um longa?

Paris! O próprio nome já encanta. Paris é a capital e a maior cidade da França, sendo a segunda maior metrópole da Europa - só menos populosa que Moscou -, e é a maior cidade francófona do mundo.

Atravessada pelo rio Sena, Paris é conhecida mundialmente como Cidade das Luzes, sendo um dos principais núcleos turísticos do mundo. Ela cativa pela beleza estonteante de sua arquitetura, suas perspectivas urbanas e suas avenidas arrasadoras, bem como por seus vários museus, como o palaciano Louvre, por exemplo.

Essa Paris eu já conheço. Quando da excitação pela Nouvelle Vague, Godard e Truffaut, de maneira ímpar, me apresentaram à capital do amor e da lua-de-mel: sem dúvida nenhuma uma imensa extensão de charme, glamour e luz.

Todavia, de lá pra cá, Paris me caiu em nostalgia. Em tudo o que eu vejo, sem nenhum motivo especial, capto um certo tom agudo de melancolia equiparado com um grave qualquer de desânimo; um processo de franca decadência do amor e atrofiamento dos sentimentos mais quentes. Mas agora isso mudou. Paris não vive apenas de seu passado.

Ao assistir Paris, te amo (Paris, je t´aime, 2006) me foi apresentada uma cidade que eu ainda não conhecia. Uma Paris que vive normalmente, e não presa aos velhos conceitos de uma “cidade-imagem”.

Paris, te amo é a consequência da junção de dezoito curtas-metragens (cada um deles fala de um arrondisement, a divisão distrital de Paris) feitos por vinte e um diferentes diretores de todo o mundo, cada um contando a história de um encontro romântico em Paris; o que resulta num interessantíssimo longa-metragem.

A intenção do projeto-filme era a de fazer com que os cineastas envolvidos filmassem a capital francesa em busca de registros que ainda não tivessem sido mostrados no cinema, aspectos peculiares que fugissem das imagens de postais.

O filme mostra a mistura, confrontante ou não, de classes sociais, gerações, culturas e atmosferas. Os diretores, em sua maioria estrangeiros, captam a realidade parisiense sem se desfazer de todo o encantamento que circunda a ocasião. Dentre eles, estão grandes nomes como os brasileiros Walter Salles e Daniela Thomas; Frédéric Auburtin e Gérard Depardieu; os irmãos Joel e Ethan Coen, além de Wes Craven, Tom Tykwer e Gus Van Sant.

No elenco, figuras como Steve Buscemi; Catalina Sandino Moreno; Juliette Binoche; Willem Dafoe; Nick Nolte; Maggie Gyllenhaal; Elijah Wood; Ben Gazarra e os diretores Wes Craven e Gérard Depardieu ajudam a dar o toque de primor ao filme.

Em Paris, o amor está em todos os lugares. Nos bares, nos cafés, na prisão, em casa, na Torre Eiffel, nas ruas, nos parques, nas praças, nas lojas, no teatro e até mesmo no metrô. Em Paris, te amo, a cidade é mostrada como eu nunca havia antes imaginado. Em Paris, te amo, o amor é retratado como eu nunca havia antes percebido. Um amor sem nostalgia, sem depressão e sem embaraço, um amor como o que eu sinto.

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Alan Terra é jornalista, acha que é escritor e se mete a enteder sobre vários outros assuntos. Escreve aqui todas as quartas.
Fale com ele: alanterradutra@gmail.com


   
 
 

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