30/08/07
Chatos, porém
bons de bola
Após cinco jogos sem
triunfos no Campeonato Brasileiro, o Botafogo reencontrou
o caminho da vitória no último domingo, ao
derrotar o Atlético por 2 a 1. Vale considerar que
durante o período de jejum a equipe não contou
com o polêmico meia Zé Roberto – até
então afastado pela comissão técnica
e diretoria por indisciplina. Pode até parecer coincidência,
como propôs em uma entrevista o próprio técnico
botafoguense Cuca, mas o caso me faz ir um pouco além.
Em que medida jogadores notoriamente virtuosos, mas problemáticos
e desagregadores, ajudam ou atrapalham uma equipe?
Como a quase toda pergunta
relacionada ao imponderável e por isso apaixonante
futebol, a resposta é depende. Em primeiro lugar,
depende do clube e sobretudo do treinador. Estimulados,
mas ao mesmo tempo cobrados por uma atuante diretoria e
comissão técnica, os problemáticos
podem render em campo o que têm de melhor e não
comprometer o grupo com problemas extracampo. Assim acontece
com os linha-dura Felipão, Luxemburgo, Muricy, entre
tantos.
Outra questão a se levar
em conta é a competição a ser disputada.
Em torneios de ‘tiro curto’, como a Copa do Mundo,
prevalece a formação de um grupo, em que a
união e o espírito de equipe contam muito.
Nestes, a convocação de jogadores que podem
atrapalhar este conjunto torna-se um risco.
Mas, tratando-se de clubes
e, principalmente, de um futebol brasileiro carente de grandes
jogadores, é fundamental que se aprenda a trabalhar
com os problemáticos. Ou o que seria de um Palmeiras
sem Edmundo e Valdívia, o Flamengo sem Bruno, o Santos
sem Petkovic, e assim por diante?
Se formos ao passado ainda,
veremos o ganho, tanto em campo, quanto no imaginário
popular, que jogadores como Serginho Chulapa, Neto, Mário
Sérgio nos proporcionaram.
O Botafogo, ao menos, já
aprendeu a lição.
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23/08/07
- O 9 de 2010
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Luiz Guilherme Ribeiro
é jornalista, flamenguista, ateísta e mais
alguns outros "istas". Escreve aqui todas as quintas.
Fale com ele:luizguilhermemr@gmail.com
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