
23/08/07
Papéis em branco
Apenas observo!
Não resisto, olho um,
toco outro. Minha imaginação salta a galopes.
Quase cai. Respiro o vazio que incomoda; um incômodo
infantil, sem justificativas. Tento preencher alguns, mentalmente.
Ah! Às vezes seus vazios
permanecem por muito tempo. Mas, de repente, recebem toques
que encantam, seduzem. Os vazios que vejo expostos concedem
incontáveis possibilidades. Despertam em mim curiosidades
e pensamentos. Viajo!
São longos e profundos
vazios. E, assim, como na eterna magia da linguagem impregnam-se
de romances, contos, poesias... abrem sorrisos, convidam
para celebração da morte.
Expressam o amor, eternizam
personagens, espetacularizam a violência. Mudam de
partido, reutilizam-se. Escondem a paz, alimentam guerras.
Recebam nossas orações,
nossas saudações. Recebam nossa ignorância
e, também, nossa ganância. Recebam vidas em
bandejas. Recebam essas frágeis linhas.
Papéis vazios são
emoções que ainda acontecerão, são
amores que surgirão. São amigos e inimigos.
Através deles o mundo se assina, também se
assassina. O mundo sorri.
Transformam-se em fontes de
conhecimentos. Corporiza o que agora lê.
Papéis em branco: precisamos
fornecer-lhes bons papéis!
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Gledson
José Machado é jornalista, amante
da literatura, da poesia e das escritas. É assessor
de comunicação da Açoforja. Escreve
todas as quintas-feiras. E-mail: gledsoncd@gmail.com
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