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A boa vontade é a chave para que a comunicação, mesmo aberta a críticas, seja clara, precisa e que não termine, pura e simplesmente, em uma estatística de vendas ou de satisfação de atendimento.
 

21/07/08
Que SAC...


Pense rápido: qual é o pior serviço oferecido no Brasil? Se você respondeu telefonia, meus parabéns. Você faz parte dos 8 em cada 10 sobreviventes do mercado consumidor brasileiro que já chegaram à conclusão de que, com o atendimento das operadoras desse produto, não há como manter a serenidade.

É claro que não existe uma pesquisa a respeito para apresentar provas que validem a irônica afirmação "8 em cada 10 sobreviventes", e tampouco será possível convencer o leitor de que a reclamação sobre o serviço de telefonia será de maior importância que a tradicional guerra entre operadores de telemarketing, gerundismo, professores de português e clientes. Mas, num ponto, creio que todos vão concordar: no Brasil, o atendimento ao cliente ainda é visto como uma espécie de favor prestado aos consumidores.

Quem nunca se viu diante de um atendimento que termina em "Não há o que fazer e o senhor deve aguardar", que atire a primeira pedra! Não sei que tipo de leitura, se sociológica ou de outra natureza, conseguirá explicar ou identificar uma herança que justifique essa oferta de suporte, mas, como consumidor, sou obrigado a manifestar total repúdio ao descaso e ao descompromisso daqueles responsáveis pelo primeiro contato com os maiores elos entre empresas e seus patrimônios: os clientes.

É possível atribuir inúmeras razões às falhas de comunicação no atendimento de serviços contratados, como, por exemplo, o despreparo dos profissionais, mas ninguém jamais poderá explicar ou tornar aceitável a falta de educação nesse contato. E isso vale para todas as partes. Embora, para alguns, seja apenas um compromisso de trabalho, automatizado, é sempre bom pensar que, ao fim da questão, estamos falando fundamentalmente de pessoas. Pessoas que, infelizmente, não sabem se comunicar. E que já se apresentam com inúmeras pedras na mão antes mesmo de saber o que vem por aí.

O cliente não é absoluto e nem vítima total na história. Mas, entre casos e descasos, seria desejável que os serviços prestados aos consumidores, não só na referida telefonia, fossem mais comprometidos com a segurança que devem ser capazes de levar aos contratantes. O mesmo suporte que existe ao induzir alguém a comprar determinado produto.

A melhor saída, nesse jogo de comunicação truncada, é que prevaleça a cordialidade. Nem clientes mandões e frios, nem atendentes prolixos e indiferentes. A única forma de melhorar a comunicação nesse cenário mercadológico é caminhar para a criação de espaços de contato que funcionem, de serviços que, de fato, auxiliem, que não soem como favores, e nem sejam exigidos, por senhores de engenho fora de época, como obrigações. A boa vontade é a chave para que a comunicação, mesmo aberta a críticas, seja clara, precisa e que não termine, pura e simplesmente, em uma estatística de vendas ou de satisfação de atendimento.

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2007

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Guilherme Amorim é um mineiro simples, metido a organizado e que sobrevive sem estantes. Além de devoto da Mega Sena, irônico e canhoto fervoroso, é jornalista e criador/apresentador do programa Espátula, veiculado na iRadio. Escreve mensalmente na coluna Trejeitos. E-mail: guilbh@gmail.com

   
 

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