
24/08/07
ENTREVISTA
/ MARINA LIMA
Dependendo eu topo todas!
Sumida
dos palcos há um bom tempo, Marina Lima ressurge
mais eclética do que nunca e topando qualquer parada.
Com quase trinta anos de carreira e 18 discos lançados,
se considera uma cantora pop, mas não abre mão
de sua atitude rock. Antes de aparecer por aqui, se apresentou
no Rio e em São Paulo com sua nova turnê “Topo
Todas Tour”. Em entrevista exclusiva ao site O
Binóculo, Marina diz adorar Belo Horizonte
e conta sobre sua volta aos palcos, sua relação
com a tecnologia na hora de compor e ainda as novidades
da nova turnê. Marina faz show logo mais no Palácio
das Artes e promete várias surpresas na sua apresentação.
Confira.
Depois de longos cinco anos sem dar as caras
por aqui, você chega com o show "Topo Todas Tour".
Como você encara o público belorizontino depois
de tanto tempo?
É uma expectativa
completamente positiva, to felicíssima. Eu gosto
muito de Belo Horizonte, as pessoas são acolhedoras
e meus shows por aqui foram ótimos. E olha que não
é de hoje que apareço por aqui. Já
fiz show no Palácio das Artes, em ginásios
, no antigo Marista Hall, Olímpia, quando existia.
Já fiz o diabo aqui, até em boates já
toquei.
O nome da turnê
foi escolhido por um internauta através de uma promoção
feita no site oficial não é isso? Como foi
esse processo?
Olha, a gente fez um concurso
na internet através do site e das comunidades no
orkut, eu tenho uma porção. Os internautas
e fãs participaram sugerindo um nome pra esse show
especificamente que não é nada conceitual,
é mais abrangente, tem um pouco de várias
faces da minha carreira. Eu dei mais ou menos o perfil do
que seria o show e houve muita sugestão bacana. O
que eu mais gostei foi o “Topo todas tour”.
É nome engraçado, sacana. Tinha a ver com
esse momento.
Você já teve várias músicas
temas de novelas. A última foi “Difícil”,
da novela Paraíso Tropical, da rede Globo. Você
acha q lançar uma música inédita na
novela das 20h é um estímulo a mais para divulgar
seu trabalho?
Eu acho que é o maior
estímulo que tem (risos). É mais forte que
tudo hoje em dia, até mais que o rádio. Todo
mundo assiste Globo, a novela das oito então... São
milhões de telespectadores. Ter uma música
na novela das oito é quase tirar a sorte grande,
ainda mais quando é para um personagem importante,
como é o caso da Bebel, interpretada pela Camila
Pitanga. Sem dúvida, é uma fonte intensa de
divulgação.
Em quase 30 anos de
carreira, você gravou 18 discos. Uma característica
presente no seu trabalho é que você sempre
incorpora novos ritmos e se renova constantemente. Como
você conceitua sua obra?
Acho que minha música
é uma música contemporânea. Eu não
sou uma pessoa saudosista, aquela pessoa nostálgica.
As coisas que eu vivi passaram. Eu gosto muito do mundo.
Sou muito curiosa, o que acontece hoje em dia me estimula,
tudo me influencia. Ensaio muito, gosto de dançar,
ouço diversos tipos de música. Considero minha
obra atual.
Você se definiria
como uma cantora pop?
Eu me considero um “liquidificador”. Eu presto
atenção a tudo, as coisas que me interessam
passam por um processo interno. Eu acho o pop essa medida,
gosto de uma coisa vinda de pernambuco, de Pato Fu, de uma
música pop americana. O Renato Russo me ligava e
a gente tinha discussões enormes no telefone porque
ele queria me convencer de que eu era uma cantora rock.
Ele dizia:- Você não tem a ver com pop! Acho
que, na realidade, minha atitude no palco tem uma seriedade
rock.
A música “Três” visivelmente tem
um pé no tango argentino. Você já teve
a oportunidade de conhecer o gotan project, que mescla o
techno ao tango? O que você acha do trabalho deles?
Esse tipo de mistura te interessa?
Olha, eu conheci o Gotan
Project depois de fazer essa música. Eles vieram
para o Tim Festival, no Brasil, mas eu não estava
aqui. Eu estive em Buenos Aires, há uns quatro anos
atrás e fiquei encantada. É até engraçado
pensar que, de avião, fica a uma hora e cinqüenta
minutos do Rio de Janeiro, é mais perto que Recife.
Acho que a nossa rivalidade é só no futebol
mesmo. Fui ver espetáculos de tango e me apaixonei.
Sem dúvida, foi uma enorme influência pro meu
trabalho. Compus “Três” no computador,
simulando as cordas, o contrabaixo e ainda peguei a levada
de um programa de música eletrônica. Acaba
que é um tango com uma batida funk.
Mudou muito o seu modo
de composição depois que os computadores invadiram
os estúdios?
Mudou. São outras ferramentas. Eu ainda componho
muito no violão e na guitarra, mas o computador abriu
outro leque pra mim. Ele te possibilita ter um trabalho
mais solitário. Você fica com o programa no
computador e ele é capaz de simular todos os sons.
Agora posso criar mais os arranjos. Quando a banda chega
pra tocar, as canções já estão
pré-concebidas, com a moldura pronta. Como foi o
caso de “Três”, “Valeu” e
outras canções.
E o dvd? Sai esse ano?
Eu espero que sim. Já
está pra sair há um ano. Tiveram vários
fatores que atrasaram o dvd, agora está na reta final.
Vamos ver.
Você topa todas?
Dependendo, topo.
Assita
ao vídeo com a entrevista.Clique aqui. >>
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Brisa Marques é
jornalista e atriz. Participou de dois curtas-metragens
e em três montagens como atriz. É co-autora
dos livros "Me conte a sua história 1"
e "Me conte a sua história 3", publicados
pela editora Saraiva. Acredita na arte, em qualquer uma
de suas formas, como a essência fundamental do ser
humano. Escreve todas as sextas-feiras.
Fale com ela: brisamarques@gmail.com
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