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Experimentar o Sérgio é sentir. É descobrir a respiração que inspira. Aspirar e expirar, lentamente, de forma sutil, fugazmente, de forma desordenada. É romper limites, quebrar barreiras.

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Veja uma das oficinas ministradas
por Sérgio Penna

 

30/04/08
Sergio Penna

Neste mês que encerra hoje, poderia discorrer sobre fatos variados que me marcaram profundamente. No entanto, elegi, por conta própria, uma pauta que descortina uma figura importante no cenário cinematográfico brasileiro e ao mesmo tempo tenta (porque é impossível traduzir em palavras) descrever o processo de trabalho adotado por este preparador de atores que, em poucas palavras, nada mais é que um apreciador da arte de viver.

Não como uma jornalista que busca falar da última oficina ministrada por Sergio Penna, em Belo Horizonte, e da importância de iniciativas como esta no âmbito cultural da cidade, mas como atriz que teve a oportunidade de ter contato direto com o trabalho do preparador, quero, através desse texto, não responder às perguntas chave: quem, onde, quando e por que, e sim, depoimentar o que é verdadeiro, pessoal e completamente, sem sombra de dúvidas, valorativo. Portanto, eis aqui um texto, digamos, destemido e parcial.

Experimentar o Sérgio é sentir. É descobrir a respiração que inspira. Aspirar e expirar, lentamente, de forma sutil, fugazmente, de forma desordenada. É romper limites, quebrar barreiras. É o descontrole consciente, a ruptura e a verticalidade entre o ator e a personagem. A inversão da lógica, da racionalidade.

É escutar o pulso que soa no próprio interior, na relação com o outro, com o espaço, com o tempo. É viver o cotidiano, rir, chorar, beijar, chupar, lamber, bater, encostar, olhar. É sugar o outro, trocar com ele, criar um espaço onde há desprendimento, entrega, verdade, doação, jogo.

É arte inteira que não mente, que comove. É a “despreparação” para a cena. Realidade contínua, incessante. Um leve sussurro ao pé do ouvido; um caminho para a “presentação”. É a arte de não representar. É estar e ser tomado pela naturalidade, pela debilidade, pelo sofrimento, pela força, pela imposição de se ser humano. É, no sentido mais intenso da palavra, viver. E estou impregnada de vida.

Pra saber mais sobre Sergio Penna, seus trabalhos e oficinas é só entrar no site oficial: http://www.sergiopenna.com/ ou acompanhar de perto na telona.

Leia também:

25/01/08 - Texto

2007

 


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Brisa Marques é jornalista e atriz. Participou de dois curtas-metragens e em três montagens como atriz. É co-autora dos livros "Me conte a sua história 1" e "Me conte a sua história 3", publicados pela editora Saraiva. Acredita na arte, em qualquer uma de suas formas, como a essência fundamental do ser humano. Escreve todas as sextas-feiras.
Fale com ela: brisamarques@gmail.com



   
 

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