20/04/08
Uma novidade para os dentes
Fabrício
Marques
Especial para O Binóculo
A forma de se entender a saúde
bucal e a maior atenção que ela tem recebido
nos últimos anos provocou em pouco tempo uma revolução
na odontologia: uso de implantes dentários na terceira
idade, combate a bactérias com laser, alerta contra
o câncer na boca, políticas públicas
para essa área da saúde. Em BH, o 10º
Congresso Internacional de Odontologia de Minas Gerais (Ciomig),
que discute as principais tendências e tecnologias
em favor da prevenção e cuidados com a saúde
bucal.
Uma revolução
para a saúde da terceira idade. É assim que
os principais especialistas encaram o uso de implantes dentários
nos idosos. A descoberta do pesquisador sueco Per Ingvar
Branemark completou 42 anos, mas nos últimos anos
o uso dessa prótese, no Brasil, tem se intensificado.
Porém, seu uso exige atenção especial.
A odontogeriatra Arlette Suzuki, com 18 anos de experiência,
explica quais são os principais cuidados para quem
pretende colocar implantes nos dentes: primeiro, é
preciso procurar uma boa indicação, saber
quem é o especialista; segundo, procurar mais de
dois profissionais a fim de poder escolher, pois o paciente
tem que se sentir bem e confiar no trabalho do especialista.
“Depois dessa avaliação, quem indica
a cirurgia é o protético”, diz Arlette,
que alerta: “muitos cirurgiões colocam implantes
sem ter noção protética. Quando não
estão bem planejados, a função é
mal reestabelecida e o tratamento fracassa”.
Todos esses cuidados podem ajudar pessoas como a aposentada
Amélia Castro, 77 anos.
Em 1998 ela fez a cirurgia sem indicação nenhuma.
Gastou quase R$ 10 mil na época. “Peguei o
contato do dentista em um jornal. Era um consultório
todo produzido, um dos mais modernos, de alta tecnologia.
Uma maquiagem. Foi um tratamento fracassado. Não
adaptei à prótese. É como se você
calçasse um sapato que não é seu. Não
conseguia comer, falar. Foi um trabalho perdido. Fiquei
completamente descrente com o implante”.
Amélia então procurou a odontogeriatra, que
a orientou. “O caso da Amélia é especial.
Ela veio de um tratamento fracassado, estava com medo e
resistente. Mas deu tudo certo. Coloquei a prótese
convencional na Amélia para ela poder voltar a sorrir,
mastigar, falar. Depois de seis anos ela retornou para refazer
a prótese e acabei convencendo-a de fazer o implante
novamente”, diz Arlette.
“Estava traumatizada, mas resolvi tentar. Agora tenho
implante
na arcada inferior e estamos estudando a possibilidade de
colocar na arcada superior”, afirma Amélia.
Para os idosos, a possibilidade de fazer os implantes signfica
uma nova vida. Essa é a avaliação do
dentista José
Alfredo Mendonça, doutor em Periodontia.
“É grande o impacto que este tipo de tratamento
proporciona aos pacientes, principalmente na terceira idade.
As próteses removíveis totais e parciais (dentadura
e “roach”) causam um desconforto diário
na comunicação e alimentação”.
Segundo José Alfredo, a baixa estima causada pela
perda dos dentes altera o comportamento dos idosos, influenciando
em seu relacionamento social, levando-o, por sua vez, cada
vez mais ao isolamento. Desde que a saúde permita,
não há limite de idade para a reabilitação
oral com
implantes.
“Com o aumento da longevidade é um erro acreditar
que o indivíduo já está muito idoso
para se cuidar. A matemática é simples: alimentamos
no mínimo 3 vezes ao dia, 7 vezes por semana, 4 semanas
ao mês. Ao final de um ano, teremos utilizado nosso
“aparato mastigador” aproximadamente 1.100 vezes.
O que se discute não é a quantidade de tempo
que nos resta, mas a qualidade de vida que poderemos obter
com a substituição da má mastigação
por uma oclusão eficiente e uma estética favorável”,
diz José Alfredo.
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