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"Após 43 anos de estudos clínicos e laboratoriais satisfatórios, com um índice de sucesso superior a 95%, acredita-se que os implantes podem durar por toda a vida do paciente".

 

20/04/08
ENTREVISTA \ JOSÉ ALFREDO MENDONÇA
Implantes

Os idosos que não possuem nenhuma dentição podem reconstituí-la facilmente?
Isto é perfeitamente possível, desde que alguns pré-requisitos sejam satisfatórios, como: estado geral de saúde, condição anatômica local favorável e ausência de fatores externos que possam contra-indicar o tratamento.
Os implantes e as próteses a serem fixadas sobre eles é realidade no Brasil e disponíveis tanto na tecnologia importada quanto nacional. Para os pacientes que têm receio de procedimentos cirúrgicos, a fixação dos implantes pode ser realizada com o auxílio de sedação, com a presença de anestesia no consultório. Programas de computadores (softwares) auxiliam no planejamento prévio da cirurgia, possibilitando inclusive a realização dela sem abertura de retalhos ou sutura. Obviamente, cada caso tem sua particularidade e uma consulta com o especialista pode ajudar a esclarecer o melhor plano de tratamento.

O que significa para os idosos a possibilidade de fazer os implantes?
Uma nova vida. É grande o impacto que este tipo de tratamento proporciona aos pacientes, principalmente na terceira idade. As próteses removíveis totais e parciais (“Dentadura e Roach”) causam um desconforto diário na comunicação e alimentação. A baixa estima causada pela perda dos dentes altera o comportamento dos idosos influenciando em seu relacionamento social levando por sua vez, cada vez mais ao isolamento. Desde que a saúde permita, não há limite de idade para a reabilitação oral com implantes. Com o aumento da longevidade é um erro acreditar que o indivíduo já está muito idoso para se cuidar. A matemática é simples: alimentamos no mínimo 3 vezes ao dia, 7 vezes por semana, 4 semanas ao mês. Ao final de um ano, teremos utilizado nosso “aparato mastigador” aproximadamente 1.100 vezes. O que se discute não é a quantidade de tempo que nos resta, mas a qualidade de vida que poderemos obter com a substituição da má mastigação por uma oclusão eficiente e uma estética favorável.

No curto prazo, há como diminuir os custos e aumentar o acesso ao tratamento?
Sim. Parece que, com o surgimento das empresas nacionais na produção de implantes e com o desenvolvimento da tecnologia baseado nos conceitos e pesquisas realizadas no exterior, as empresas brasileiras certamente tenderão a abaixar os custos à medida que a tecnologia esteja ao acesso de todos e a competitividade do mercado nacional pressione os preços para baixo. Na outra face do processo, a capacitação profissional do dentista está cada vez mais ao alcance de todos, tendendo a tornar a técnica mais popularizada. Atualmente se observa uma elitização tecnológica ao alcance de pequena parcela dos profissionais da área odontológica, que tende a diminuir gradativamente em função da difusão da especialidade nos cursos de graduação, aperfeiçoamento, atualização, especialização, mestrado e doutorado. Em breve o dentista clínico-geral irá também realizar este procedimento em seu consultório.

Evidentemente, o custo final do trabalho está relacionado a uma série de fatores: a qualificação profissional, a qualidade do implante utilizado, a capacitação do protético e laboratório e finalmente o tipo de material e porcelana utilizados na confecção da prótese.

Pode-se afirmar que BH é um dos maiores centros do Brasil no setor?
Sim. Belo Horizonte possui profissionais na área de implantodontia com o mesmo preparo técnico e tecnológico que os profissionais do Rio de Janeiro e São Paulo. Com a globalização as informações chegam de maneira pareada a todos os lugares e as empresas que atuam lá também disponibilizam tecnologia e suporte técnico para nossa cidade.

Quais as tecnologias aplicadas nos procedimentos?
Na área odontológica não só dispomos de motores, instrumentais cirúrgicos e implantes com alto padrão tecnológico como também de equipamentos utilizados na área médica para fornecer exames complementares para a realização dos implantes osseointegrados. A tomografia computadorizada tri-dimensional e as radiografias de face bidimensionais utilizadas na área médica também são aplicadas nos planejamentos prévios aos procedimentos de fixação de implantes garantindo precisão milimétrica evitando assim danos aos acidentes anatômicos próximos às áreas maxilares e mandibulares.

Por que o implante não é apenas estético, mas também funcional?
Porque a tecnologia tem como finalidade devolver não apenas a estética, mas a fonética e a função mastigatória. Os implantes osseointegrados permitem a ancoragem de próteses que podem desempenhar com bastante competência as funções aplicadas aos dentes. Os implantes apresentam uma confiável durabilidade em função de que a tecnologia apresenta estudo de 43 anos com alto índice de sucesso.

Quais são os objetivos do implante?

Realizar a ancoragem mecânica dentro do osso maxilar e mandibular com a finalidade de fixar as próteses na posição desejável para as funções mastigatórias, estéticas e fonéticas do paciente. A confiança devolvida ao paciente que usava prótese removível proporciona um excepcional bem estar e segurança na vida social. As próteses removíveis sempre transmitem insegurança ao paciente pela mobilidade que ela apresenta e os riscos da percepção do seu círculo de amizades de que ele usa uma prótese parcial removível ou uma dentadura.

O senhor tem dados relativos à implantodontia, no Brasil e em BH?
Não existem dados confiáveis para avaliação do número de implantes fixados no Brasil ou em Belo Horizonte. O número de profissionais e pacientes que procuram a tecnologia cresce a cada dia, a população está cada vez mais informada a respeito do custo-benefício e a maioria das faculdades de odontologia no Brasil (aproximadamente 190) já inseriram em sua grade curricular esta especialidade.

Qual a durabilidade dos implantes? Depende de quê?
Após 43 anos de estudos clínicos e laboratoriais satisfatórios, com um índice de sucesso superior a 95%, acredita-se que os implantes podem durar por toda a vida do paciente. Estatisticamente a falha do implante acontece nos 2 primeiros anos em função. Após o 3º. ano a falha é rara. Isto não impede que ele seja novamente colocado com uma boa previsibilidade. Eventualmente a descoloração das próteses, fratura de dentes ou acidentes pode levar a necessidade da troca dos elementos dentais, sem necessariamente necessitar a troca dos implantes que estão ancorados no osso. Em resumo podemos dizer que os implantes ficarão por toda a vida do paciente enquanto as próteses deveriam ser trocadas por um período médio de 5 a 15 anos, dependendo do tipo utilizado.

A durabilidade dos implantes dependerá de um programa de manutenção que deverá ser realizado no consultório do dentista anualmente para a detecção de possíveis problemas que por ventura poderiam acontecer também nos dentes naturais. A mesma manutenção e cuidados com higiene que devemos ter com a nossa dentição natural deverá ser dispensada à dentição realizada sobre os implantes. Alterações sistêmicas que sejam relevantes para o organismo como um todo, como diabetes mellitus não controlada, AIDS e outras podem funcionar como um fator complicador para a longevidade dos implantes (como também para os dentes naturais). Outro fator local que pode interferir no sucesso do trabalho é o cigarro. O fumo não necessariamente leva à perda do trabalho, mas pode influenciar negativamente no índice de sucesso.

Como surgiram os implantes?
As pesquisas com implantes surgiram por volta de 1960 através das pesquisas do professor Per-Ingvar Branemark em Gutemburgo na Suécia. O protocolo desenvolvido pelo pesquisador e apresentado à comunidade científica na década de 1970 pregava a instalação de implantes em posição vertical nos maxilares com boa disponibilidade óssea, para que todo o parafuso ficasse envolto pelo osso. Após muitos anos de pesquisa e uso clínico, o protocolo tem sido modificado. Hoje, dependendo das condições locais, é possível fixar implantes e colocar dentes sobre eles imediatamente ou em poucas horas na maioria dos casos. Se procedimentos mais complexos forem necessários, este período pode se estender para 6 meses ou um pouco mais.

Eles são de uso exclusivo para idosos?
Não. Jovens que apresentem um completo crescimento crânio-facial (maturação dos ossos da face) podem receber implantes. Os motivos mais freqüentes de perdas de elementos dentais em pacientes jovens se referem ao trauma automobilístico ou aqueles oriundos da atividade esportiva. Para esses pacientes, o exame radiográfico prévio para análise do surto de crescimento podem habilitá-lo a receber os implantes. Hoje torna-se inadmissível a confecção de pontes fixas com destruição de dentes vizinhos a áreas desdentadas em função do desgaste que se aplica a esses dentes. Para pacientes jovens com perda dental, o implante é a primeira opção de tratamento na maioria dos casos.

Qual o nível da tecnologia brasileira na confecção dos implantes em relação aos produtos importados?
Com a importação de tornos, instrumentais e tecnologia de países como a Suécia, Estados Unidos e Alemanha, os implantes nacionais atingiram uma qualidade muito satisfatória. O mais importante em relação a estas empresas é a necessidade da aplicação de rígido controle de qualidade como o que é aplicado lá fora. Muitas empresas se instalaram no Brasil, com desenvolvimento de componentes nacionais de alto nível que podem, a curto e médio prazo tornar o procedimento acessível a uma parcela cada vez maior da população.

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