20/04/08
ENTREVISTA\GILBERTO PUCCA
Indicador de inclusão social
Gilberto Pucca, coordenador
nacional de Saúde Bucal do Ministério da Saúde
apresenta o dados do Brasil Sorridente, um programa federal
que expande-se pelo país para contribuir com a prevenção
da saúde bucal do brasileiro.
O Brasil Sorridente
é a primeira política nacional de saúde
bucal, foi lançada neste governo, em março
de 2004. Imagine, o Brasil lançou sua política
de saúde bucal mais de 500 anos depois que chegaram
as primeiras caravelas por aqui. Só isso já
explica o descalabro que é a saúde bucal do
brasileiro. E porque aconteceu isso. Porque saúde
bucal não é problema de todos, é problema
dos pobres.
A saúde bucal é um fortíssimo indicador
de inclusão social. Por isso o Brasil Sorridente
vem colocar as coisas nos seus lugares. Estamos
com quase 16 mil equipes de saúde bucal no Programa
Saúde da Família (PSF), isso significa cobrir
quase 70 milhões de pessoas. Veja, em 2002 não
eram mais de 20 milhões de pessoas cobertas por essas
equipes.
Estamos implantando algo que
nunca existiu, que são os Centros de Especialidades
Odontológicas (CEOs) e os Laboratórios Regionais
de Prótese Dentária. Os CEOs fazem cirurgias,
atendem pacientes especiais, realizam tratamentos de periodontia,
de canal e o tratamento do câncer de boca e outras
lesões. Já exixtem 600
CEO implantados e mais de 200 Laboratórios de Próteses.
Antes do Brasil Sorridente isso simplesmente não
existia. Alem da fluoretação da água
de abastecimento publico. Estamos fluoretando a água
das cidades. Não adianta só tratar, temos
que prevenir.
Principais problemas
de saúde pública na área de saúde
bucal?
A carie e o câncer
de boca são os nossos principais problemas. A carie
porque é uma doença mutiladora e o câncer
por motivos óbvios.
Quais as principais medidas
de prevenção?
Acesso ao tratamento para evitar problemas
maiores, acesso a informação para o auto cuidado
e a pratica de medidas saudáveis, acesso aos meios
de prevenção, principalmente escova e pasta
e principalmente, o direito de viver com dignidade, sem
ser excluído dos bens necessários a vida.
Sobre o SB (Brasil
Sorridente). Esse levantamento reuniu informações
de mais de 100 mil exames, em 2003. De lá pra cá,
algo mudou? Provavelmente
sim. Com essa expansão das equipes de saúde
da família, com a implantação desses
mais de 600 CEO (s) e de mais de 220 Laboratórios
de Prótese, com a fluoretação de água
do abastecimento publico, certamente a incidência
de doenças bucais esta diminuindo. Veja, até
2002 no Brasil se extraia mais de 12 milhões dentes
por ano. Eram mais de 350 mil pessoas que extraíam
todos os seus dentes por ano. Veja que absurdo. Isso é
sete vezes mais que o número de mortos na guerra
do Vietnã. E olhe que essa guerra durou 20 anos.
No ano passado deixamos de extrair mais de 2 milhões
de dentes. Isso é um excelente indicador.
"O implante é
caro, mas a escova de dente é barata". De que
forma a população pode se dar conta de que
a prevenção é o melhor caminho?
A escova de dente é
barata para quem? Veja, de pouco adianta ficarmos dizendo
que as pessoas que tem que cuidar da boca, se elas não
tem escova para escovar os dentes, dizermos que não
podem extrair dentes desnecessariamente se não dermos
atendimento odontológico para tratar os dentes. Isso
parece óbvio, mas não é tanto na prática.
O que vem a ser o pacto para a saúde bucal?
O pacto é um acordo
que estabelecemos entre o Governo Federal, Estadual e os
Municípios. O Sus é Tripartite e temos que
ter uma responsabilidade solidária. O pacto estabelece
metas e as responsabilidades de cada instancia.
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