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15/02/07
Educação Profissional: de
aprendizes a campeões
Gledson Machado
Aos 16 anos ele não
sabia o que queria direito, mas tinha uma certeza: “ia
estudar no Senai”. As dúvidas eram freqüentes:
mecânica ou elétrica? Como a maioria dos amigos
escolheu a primeira opção, ele fez o mesmo.
Gostou tanto da mecânica
que cursou Aprendizagem e, em seguida, tornou-se técnico.
Mas para Luiz Antônio Alves Moreira, o “aprimoramento
deve ser contínuo”. Hoje, aos 20 anos, é
dono do título de Campeão Estadual - Minas
Gerais - da Olimpíada do Conhecimento 2007*, na categoria
Tornearia Mecânica, pelo SENAI João Carlos
Giovannini, em Santa Luzia, região metropolitana
de Belo Horizonte. É lá que ele trabalha e
treina para a etapa nacional, que será realizada
neste ano.
Para Luiz Antônio, os
cursos do SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial - são lições de vida, “ensinam
tanto a trabalhar como agir corretamente dentro da empresa
e na sociedade”. Puxa vídeo
Criado em 22 de janeiro de
1942, pelo então presidente Getúlio Vargas,
o SENAI surgiu para atender a urgente formação
de mão de obra para a indústria de base.
Evoluiu!
Nos fins dos anos 50, o SENAI
já marcava presença em quase todo território
brasileiro.
Multiplicou-se!
As primeiras escolas engendraram
uma rede de 707 unidades operacionais, em todo país,
que oferecem mais de 2.000 cursos.
Dentre estes estão os
cursos da Aprendizagem Industrial.
“Para a empresa, é
de fundamental importância a Aprendizagem, pois está
se formando um jovem que entenderá de organizações.
Ele ingressará no mercado de trabalho sabendo como
deve se comportar dentro de uma indústria. Com isso,
será mais um colaborador e facilitador para o desenvolvimento
das tarefas e, conseqüentemente, para o crescimento
da empresa”, Jefferson Flores Coelho, Instrutor do
SENAI e Técnico em Eletrônica.
Profissionalizar jovens e adolescentes
- entre 14 e 24 anos -, preparando-os e inserindo-os no
mercado de trabalho, respeitando o desenvolvimento físico,
moral, psicológico e social. A Aprendizagem - que
é desenvolvida pelo SENAI desde sua criação
- destina-se, portanto, “à qualificação
ou habilitação inicial de jovens aprendizes
e caracterizada pela articulação entre formação
e trabalho”, do documento APRENDIZAGEM: Perguntas &
Respostas.
Mas para isso conta com aliados
de peso: as empresas.
“A organização
que vê o aprendiz como um potencial profissional para
o seu quadro de profissionais, ou para outras indústrias,
tem o papel fundamental de valorizá-lo. É
uma oportunidade de investimento no ser humano e de responsabilidade
social. Esse aprendiz, que normalmente é de baixa
renda, tem a oportunidade de estudar com uma bolsa educacional
e direito a benefícios sociais como o INSS e o FGTS.
Dessa forma, a empresa que vai além de cumprir a
lei demonstra um compromisso em formar cidadãos com
um futuro promissor”, Anderson Vinícius, 34,
Analista Pessoal.
Com exceção das
microempresas, entidades sem fins lucrativos e empresas
de pequeno porte, todos os outros estabelecimentos são
obrigados a cumprir a cota de aprendizes: 5% no mínimo
e 15% no máximo dos trabalhadores existentes no quadro
de funcionários, cujas funções demandem
formação profissional, de acordo com a Classificação
Brasileira de Ocupações (CBO) www.mtecbo.gov.br/busca.asp.
A fiscalização
do cumprimento das cotas é de responsabilidade das
Delegacias Regionais do Trabalho (DRTs).
“É interessante
ressaltar que os cursos de Aprendizagem do SENAI são
voltados para a indústria. Portanto, formam-se profissionais/cidadãos
competentes e conscientes das suas responsabilidades éticas”,
Flávio Elias Batista, 27, Ex-Aprendiz, Supervisor
de Manutenção Elétrica.
Conheça os Serviços Nacionais de Aprendizagem
O contrato de aprendizagem
que se extingue após 24 meses, ou quando o aprendiz
completa 24 anos, não exige obrigatoriedade de contratação
após o término do curso.
Mas para Diogo Apolinário,
21, a “boa base que tive no curso de Aprendizagem Mecânica:
segurança na operação de máquinas,
importância da mecânica de manutenção,
implantação de programas de melhoria contínua
e um grande número de aulas práticas foram
determinantes para minha efetivação após
o contrato terminar”. Hoje, Diogo é Inspetor
da Qualidade e cursa o Técnico Mecânico no
SENAI.
“Para contratação
de um aprendiz, os procedimentos são simples: geralmente
a empresa busca junto aos seus profissionais os filhos ou
parentes que estão fazendo o curso de aprendizagem.
Caso não encontre ninguém por essa via, pode
entrar em contato direto com um determinado Serviço
Nacional de Aprendizagem e solicitar indicações.
Junto a este exige a documentação do aprendiz
e faz um contrato com o aval do Ministério do Trabalho”,
Anderson Vinícius.
É de responsabilidade
do empregador assegurar ao adolescente - 14 a 18 anos -
e ao jovem - a partir dos 18 aos 24 anos -, inscritos em
um programa de Aprendizagem, formação técnico-profissional
metódica, respeitando o seu desenvolvimento e acompanhando
as tarefas necessárias para essa formação.
Saiba mais... Manual da Aprendizagem:
O que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz
Os cursos de Aprendizagem Industrial
abrangem diversos seguimentos industriais: Alimentos e Bebidas,
Automotiva, Construção Civil, Couro e Calçados,
Design, Eletroeletrônica, Fundição,
Gestão, Gráfica e Editorial, Joalheria, Madeira
e Mobiliário, Metal-mecânica, Mineração
e Minerais não metálicos, Plástico
e Borracha, Refrigeração, Telecomunicações,
Têxtil e Vestuário dentre outros.
Um amplo mercado para os adolescentes
e jovens.
Para Luiz Antônio, “o
título de Campeão Estadual da Olimpíada
do Conhecimento faz que minha busca pelo aprimoramento seja
contínua, pois a cada ano o grau de dificuldade aumenta
e exige maior preparação dos participantes”.
Em 2008 ele participará
da edição nacional.
“Indico a Aprendizagem
para todo adolescente ou jovem que quer crescer como pessoa
e profissional. Para mim, foi a base da minha carreira.
O curso é gratuito e oferece alto nível de
qualidade”, Luiz Antônio, dicas de um campeão.
Talvez seja por isso que a
frase: “é possível afirmar que a educação
profissional forma campeões para as indústrias
do Brasil” possa ser usada neste contexto.
Ensinar a caminhar:
diferente de mostrar o caminho
Responsabilidade Social:
além do simples cumprimento
de leis
* Olimpíada do Conhecimento:
Por quem entende do assunto
Links relacionados e fontes
de pesquisas:
http://www.senai.br
http://www.mte.gov.br/aprendizagem/default.asp
http://www.fiemg.org.br/Default.aspx?tabid=4425
http://www.senai.br/br/Almanaque/snai_vc_alm.aspx
http://www.mte.gov.br/imprensa/videos/captcha/validaVisualizacao.asp?Video=6
http://www.fundabrinq.org.br
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