27/12/07
Patrimônio imaterial do Brasil
Kerison
Lopes e Fabrício Marques
Especial para O Binóculo
De Salinas (MG)
O próximo passo para
aumentar o sucesso de Salinas é aumentar a exportação
da cachaça produzida na região. Essa é
a aposta do prefeito José Prates (PT), que também
considera um passo importante o que foi dado há alguns
meses, com o início do processo de implantação
do identificador geográfico da cachaça.
"Depois vamos trabalhar
com os produtores a identidade vocacional tecnológica,
que vai ajudar a fazer design , estudar, pesquisar o que
é melhor. Medidas também quanto a vasilhame,
os rótulos e o que é possível aproveitar
na cadeia econômica da cachaça, que não
pode ser apenas o líquido. Tem que ter um arco de
negócios, que é bom para o plantador, o alambiqueiro,
a pessoa que vende o produto de alambicagem, o produtor
e os distribuidores", acredita Prates.
Outra boa notícia é
que o governo do Estado recém liberou R$ 4 milhões
para a construção do Museu da Cachaça,
que já começa a ser construído em 2008.
Esperança
O cenário de esperança
pintado pelo prefeito se baseia em outros dois fatos, além
do identificador geográfico. Um é o subsolo
rico para a cachaça. "Estamos trabalhando agora
para montar um laboratório para exploração
destes materiais, bem como para a fabricação
de peças, como cerâmica artística de
mesa, e para o envasamento", diz o prefeito. O laboratório
é fruto de um convênio firmado com a Universidade
de São João del Rei, a Fapemig e Secretaria
de Estado de Ciência e Tecnologia.
O outro fato é a tramitação,
no Congresso Nacional, de um projeto do deputado federal
Reginaldo Lopes (PT-MG), que reconhece o processo de produção
artesanal de Salinas como patrimônio imaterial do
Brasil. Lopes, aliás, lutou para que o setor de bebidas
fosse incluído na lei das micro e pequenas empresas.
Como havia uma resistência muito grande, passou a
investir apenas na inclusão da cachaça artesanal.
Segundo o parlamentar, o Iphan
(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional) já prepara um dossiê para que ocorra
o tombamento do processo de produção da cachaça
artesanal e do alambique da cachaça Havana, assim
como houve o tombamento da produção do queijo
do Serro.
Lula garoto-propaganda
O prefeito José Prates
sonha: "o presidente Lula é um garoto-propaganda
das nossas cachaças, como ele falou em comício
em Ouro Preto , que queria descer do trem, comer feijão
com torresmo e beber a Havana de Salinas".
O maior interesse do município
é que a cachaça seja exportada porque isto
significará um grande salto para a economia da cidade,
acredita o prefeito. "É possível que
este produto novo entre agora ganhando espaço na
comunidade internacional, de uma forma diferente, e para
isso estamos qualificando nossos produtores para ocuparem
este espaço", diz Prates. No caso da cachaça
de qualidade, tem que haver um respeito ao pequeno produtor,
porque a cachaça sai é deste empreendedor.
"Lembremos que a agricultura familiar é o maior
empregador de qualquer município e Salinas não
foge a esta regra", afirma.
"Esta é uma luta
não só para nossa geração, estamos
com a possibilidade de inundar a economia mundial com vários
produtos novos e a cachaça é um deles. Não
vou achar que a cachaça seja grande coisa nisso,
mas para nós é".
A engrenagem, para o prefeito,
funciona assim: a pessoa que participar do festival da cachaça
e comer o requeijão e o pequi, apreciar a qualidade
da argila e do cristal de Salinas, possibilita que tenham
a capacidade de propor negócios de outra origem.
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