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Sérgio conta que nem acreditou quando viu a cachaça Sabor de Minas sendo oferecida pelo presidente Lula para brindar com seu colega russo Vladimir Putin, em uma solenidade no Palácio do Planalto, em 2004.

 

27/12/07
Três histórias de sucesso

Kerison Lopes e Fabrício Marques
Especial para O Binóculo
De Salinas (MG)

Sabor de Minas prepara plano de expansão

Sentado em sua sala na empresa Sabor de Minas, Sérgio Rodrigues lembra das dificuldades quando entrou no ramo da cachaça. "Tudo foi muito rápido, pensei que não iria me estabelecer". Em poucos anos, o micro empresário viu seu sonho se tornar realidade. Sérgio conta que nem acreditou quando viu a cachaça Sabor de Minas sendo oferecida pelo presidente Lula para brindar com seu colega russo Vladimir Putin, em uma solenidade no Palácio do Planalto, em 2004.

A empresa é uma das que mais se destacam em Salinas, considerada a terceira cachaça em vendas da cidade. A Sabor de Minas chegou a crescer 56% de 2003 para 2004. "Hoje nosso crescimento anual está aproximadamente em 25%.

Expectativas
Está dentro das nossas expectativas, visto que, devido ao grande número de marcas de cachaça que estão sendo lançadas periodicamente em um mercado cada vez mais competitivo, é um percentual animador", diz Sérgio Rodrigues Filho, proprietário da marca.

Sérgio vende sua cachaça para o país inteiro, e trabalha "para que a Sabor de Minas tomada hoje seja a mesma daqui a cinco anos". "Temos 12 dornas de madeira, já estamos construindo outras e preparando outros planos de expansão da nossa estrutura física e humana", afirma. Com 12 funcionários, envelhece em suas dornas também a cachaça Fabulosa, com 500 litros por mês.

"Envasamos mais ou menos quatro mil litros de cachaça envelhecida por mês. Envelhecemos por dois anos e meio o produto em dornas de jequitibá e bálsamo. Quando chega ao padrão ideal, a gente coloca em dornas de inox para ele não envelhecer mais e sair do padrão", diz o empresário.

Empreendimentos
A empresa se armou também para um dos novos ramos ligados à cachaça. Inaugurou no início do ano a Cachaçaria Sabor de Minas, uma espécie de shopping da cachaça, com todas as marcas e produtos à disposição do cliente.

"Temos tido ótimos resultados, tanto para nossas marcas Sabor de Minas e Baluarte, tanto para as diversas marcas oferecidas por produtores da nossa cidade. A tendência é fortalecer ainda mais o nome de Salinas e a qualidade das nossas cachaças, levando o conhecimento dessa bebida aos visitantes e turistas do Brasil inteiro que passam pela rodovia", comenta Sérgio.

Adereços
O empresário percebeu em feiras de cachaça que os produtos de Salinas ganhavam na qualidade, mas perdiam na estética. Então investiu bastante neste item, produzindo na sua empresa todos os tipos de embalagens, para sua própria produção, assim como negociando com outras empresas produtoras de cachaça.

"Temos uma linha artesanal, que hoje é a linha mais diversificada de produtos em Salinas. Temos uma parceria com uma comunidade próxima daqui, Rubelita, produzindo as embalagens empalhadas, num trabalho social", conta.

Sérgio reconhece o Sebrae como grande parceiro regional. "Está presente em diversos eventos pelo Brasil , sendo um grande facilitador para a presença dos produtores de cachaça de Salinas nesses eventos. Sua participação no Festival Mundial da Cachaça de Salinas é de suma importância, além de cursos oferecidos pela instituição em nossa cidade".


Segredo de família é sucesso mundial

O pai de Eílton Santiago, o produtor da Canarinha, trabalhou 14 anos com seu tio Anísio, que morreu em 1991 e era o produtor da cachaça Havana. "Se Salinas hoje tem um nome mundial, a Havana contribuiu para isso, e foi um marco muito importante para todos os produtores", observa Eílton, que é o atual presidente da Associação dos Produtores de Cachaça Artesanal de Salinas (Apac).

Foi Anísio que ensinou o segredo da família para produzir uma excelente cachaça -a Canarinha- e que hoje é uma referência para Salinas. "As cachaças de Salinas têm uma qualidade diferenciada, a própria terra contribui nisto", diz Santiago.

É uma produção pequena, e muitas vezes a micro empresa não dispõe do produto para vender para os seus consumidores. Os principais pontos de vendas são Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Eílton está otimista para os próximos anos: "o crescimento tem sido muito grande. A partir da hora em que o produtor começou a investir mais, a produção passou a crescer ano a ano.

A expectativa aqui é muito boa, há poucos dias tivemos a visita de empresários do Peru, negociando a exportação. Com a exportação que vem crescendo, a produção deve ampliar muito e será muito importante para Salinas".

Cooperativa fortalece setor na região
Tirar os produtores da informalidade, resgatar sua dignidade, mantê-los no campo, trabalhando com o que é seu. Com esses objetivos, a Coopercachaça foi criada em 2002.

"Só foi possível montar a cooperativa através do crédito, cada um deles fez um financiamento via Pronaf. Cada cooperado tem o seu financiamento, numa média de 30 mil reais por cooperado", avalia Edésio Alves, gerente da Coopercachaça.

Em sua opinião, o ponto forte da cooperativa é oferecer cachaça de alambique de qualidade, com capacidade de grande volume de produção. Cada uma das oito fábricas, tem uma capacidade de 200 mil litros, ou seja, 1,600 milhão de litros por safra.

Com a cooperativa, existe uma evolução do pequeno produtor, que passa a ser inserido no mercado com uma marca única, chamada "Terra de Ouro", que é a marca da cooperativa. Assim, eles deixaram de trabalhar para outros e passaram a trabalhar para eles mesmos.

Investimentos
A partir do momento que os produtores têm perspectivas de melhoria dos seus negócios, eles querem produzir mais, plantar mais. "Só que isso não acontece como um milagre, e para ampliar a área plantada dele, para produzir mais, ganhar cada vez mais, fazem investimentos em veículos, imóveis, arrendam mais terra, compram algum tipo de defensivo, buscam maior conhecimento. A mola propulsora disso tudo é do crédito", diz Edésio.

O gerente explica que tem duas situações relacionadas ao crédito dentro da cooperativa, "o de pessoa jurídica, que a gente busca para a cooperativa e que todos os cooperados são beneficiados e tem o crédito, chamado Pronaf, que vai direto para o produtor, que tem uma linha de fácil acesso. Podemos dizer que a cooperativa é formada por 'pronafianos', pois são 109 cooperados, cada um deles tem a sua própria parte, crédito pessoal, mas que contribui com o todo, que forma a cooperativa".

 

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