27/12/07
Projeto Alambique impulsiona produção
Kerison Lopes e Fabrício
Marques
Especial para O Binóculo
De Salinas (MG)
O potencial apresentado pela
cachaça na região de Salinas, e em outras
regiões de Minas, fez com que o Sebrae Minas criasse
o Projeto Alambique -ou, sendo mais preciso, Projeto de
Desenvolvimento do Setor de Cachaça de Alambique
de MG-, um programa específico para o setor.
"O projeto oferece para
os produtores condições operacionais e de
mercado para que eles atuem de forma competitiva",
explica Rogério Galuppo, que coordena a iniciativa.
"Nosso enfoque é a cachaça de alambique
(artesanal), que é produzida pelas micro e pequenas
empresas. As cachaças de coluna (industriais) são
caracterizadas por empresas de grande porte. O Sebrae oferece
informações tecnológicas, organizacionais,
empresariais para que os pequenos possam competir".
Dentre as condições
operacionais e de mercado o projeto oferece aos produtores
orientação e apoio técnico, desde a
organização social do grupo de produtores
até a comercialização do produto final,
passando pela adequação das unidades produtivas,
padronização do produto, design de rótulos
e embalagens.
"O Sebrae é mais
um parceiro auxiliando o desenvolvimento do setor. Se não
houver envolvimento do setor produtivo e de outras entidades
o processo não se solidifica", avalia Galuppo.
Resultados
O Projeto Alambique acontece desde 2001, com a publicação
do Diagnóstico da Cachaça de MG. Desde então,
atendeu a cerca de 400 produtores de cachaça. Além
de Salinas, atende a Divinópolis, Poço Fundo
(Sul do Estado), Ponte Nova, Guanhães e Araxá.
Os principais resultados alcançados
pelo projeto são a produção coletiva
de seis cachaças, comercializadas com marca única
nas regiões citadas, e a inclusão de seus
produtores no processo formal, saindo da clandestinidade,
diz Galuppo.
É possível competir
com os grandes empresários? Galuppo entende essa
questão da seguinte forma: "é preciso
entender a cachaça de alambique como um produto diferente
da cachaça industrial. São realidades produtivas
e empresariais completamente distintas. Assim mesmo, através
do associativismo é possível alcançar
escala e padrão produtivo para se ter competitividade
nos mercados interno e externo".
Gestão estratégica
O Sebrae trabalha com a vocação
que o município tem. Por exemplo, em Salinas hoje
a vocação é a cachaça, então
estamos implantando a Gestão Estratégica Orientada
para Resultados (Geor). Trata-se de uma metodologia utilizada
em vários países do mundo, que foi adaptada
à realidade do município", observa Kênia
Santos, responsável pelo Sebrae-Salinas.
- Para 2008, dentro do projeto Geor,
que vai de 2008 a 2010, existem algumas ações
preparadas de participação em feiras nacionais.
"Estamos estudando a possibilidade de participar
também de uma feira internacional", afirma
Kênia.
- Hoje o Sebrae trabalha num projeto
internacional do setor, chamado Comércio Justo.
São ONGs de países europeus que compram
produtos dos países em desenvolvimento. Eles
pagam preços justos daqueles produtos que não
utilizam trabalho infantil, trabalho escravo, produto
químico na produção destes alimentos,
bebidas, artesanato etc.
- Em Salinas, um destaque dessa atuação
é a cachaça Terra de Ouro, que é
produzida pela Coopercachaça. Essa aguardente
já é exportada para a Itália, no
projeto Comércio Justo daquele país.
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