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A pesquisa do IBGE remete a uma entrevista amplamente divulgada nos anos 80, onde um lavrador do sul de Minas era indagado quanto ao conceito de educação. Para Ciço, o lavrador, existe dois tipos de educação: aquela que forma doutores e nos remete à cadernos, livros e professora bem instruída e a educação que recebeu, bem distante dessa realidade. Professores pouco preparados que ensinam apenas o bê-á-bá, essa educação está longe de transformar pessoas em doutores. Ciço conclui a entrevista dizendo que mão que foi feita pro cabo da enxada acha caneta pesada demais. A história do lavrador do Sul de Minas é um retrato do Brasil, longe da Ordem e do Progresso propostos em verde e amarelo. Num país fragmentado, pensar a educação como um processo único é cair no vazio, jogando pérolas aos porcos. A educação, investimento imprescindível para o desenvolvimento em longo prazo, fica relegada a segundo plano na luta pela sobrevivência de alguns brasileiros. É comum ouvir, nesses casos, que educação não enche barriga. É quando exemplos como o da Coréia do Sul, que após um investimento maciço na educação cresceu rapidamente, parecem distantes demais, inaplicáveis ao Brasil.
Numa trama cheia de percalços e poréns, a solução
antecede ao processo. Investir na educação é
o único caminho na formação de indivíduos
capacitados e com consciência crítica, capazes de
debater e enfrentar problemas sociais. A atenção
deve estar na forma como o investimento será feito para
que ele não se perca. Já é notório
que os benéficos gerados pela educação vão
além do indivíduo, reforçando o tecido social.
Nosso tecido é, na verdade, uma colcha de retalhos, e na
maneira como ela é costurada, está o segredo.
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20/04/07 06/04/07 |
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