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É hora do Pan, de falar de gente que treina de sol a sol, sem patrocínio, no melhor estilo “vendo almoço para comprar o jantar”. Gente que não tá acostumada com os holofotes e com a fama. São atletas e anônimos. Não assinam contrato milionário, não fazem propaganda da nike. São atletas e gente comum. Atletas que passam longe do Olímpio. Não são deuses, mas homens, mulheres. Carne, osso, sonho traduzido em suor. Na equipe de futebol feminina, a estrela do time ganha duzentos e cinqüenta reais por mês. O treinador da equipe de beisebol, é formado em administração de empresas, atua como vendedor. E eu nem sabia que o Brasil tinha seleção de beisebol! Pra essa gente o Pan é uma possibilidade, uma chance. A história deles com o esporte é gratuita. É, antes de tudo, uma história de amor. Aí você me pergunta dos nossos reis da chuteira. A seleção dos sonhos do país do futebol. Não sei. Até agora, não se ouviu falar do futebol masculino nos jogos Panamericanos. Não há estrelas em campo, mas a seleção sub-17. E isso ainda não se falou na TV e nem vai. Porque estamos falando do esporte consagrado como paixão nacional, de heróis que não vão estar nos gramados. Acho até bom que não se fale do futebol, porque é sempre nessa tecla que se bate. Acho bem bom que as estrelas estejam na Europa, enchendo os olhos estrangeiros e deixando na saudade torcedores brasileiros. Porque há espaço, uma possibilidade de que gente comum, brilhe. Há a possibilidade de se falar de beisebol, de softbol, boliche, canoagem, triatlo, handebol, tênis de mesa... Há a possibilidade de se falar de gente comum. Há a possibilidade de se perceber o brilho dessa gente, desse povo feito de gente e que ainda não se esqueceu de onde veio. Esse povo que pisa a quadra, o gramado, o chão e salta de pés descalços... É isso que eu quero ver no Pan. Quero ver gente torcendo por gente. Quero ver um mesmo espírito, uma mesma força, garra, gana. Superação. Quero ver esse povo se dando ao máximo, superando limites e voando bem alto. Quero que meus olhos se emocionem ao ver o João, Zé, Maria, Pedro e Ana cantando o hino e olhando orgulhosos para a bandeira que balançara ao vento. Quero ver isso tudo... Quero, mas quero ver isso tudo depois que a festa acabar. Que o salão estiver vazio a multidão estiver dispersa... Quando só estivermos nós mesmos diante dos desafios, obstáculos, políticos, pobreza, miséria, desigualdade, violência... Quero ver esse espírito de luta e de cidadão indo as ruas e vencendo. Quero que meu país suba ao pódio depois que o Pan acabar. Porque a gente quer pão e circo, quer heróis, quer medalhas, mas, mais que isso, a gente quer ter orgulho de ser brasileiro. É, acho que fui contaminada pelo espírito do Pan pan pan... pan pan pan...
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