
31/03/08
2: graves & agudos
para beibe
E os cacos, beibe? O que é
feito dos cacos? Os FARRAPOS também te sobem pelas
bases até o ponto em que, beibe,
Juntos, examinamos o caos e dizemos que é hora de
parar. O parar é um freio antes que
- os óculos retos na ponta do nariz –
Morramos. Repartidos. : a música é bem no
solo ou naquele mais fino agudo é mesmo na mais alta
nota – antepenúltimo tralalá –
que geralmente a rotação
Se estanca. Somos não mais que dividendos, beibe.
Torna-nos-emos finalmente compartida peça, árduo
mecanismo high-tech em franca e promissora proliferação
anatômica
em franco e promissor desmantelamento metafísico
[Já que a mensurada harmonia do conjunto
não parece agradar especialmente à gerência]
Mas se me disseres, beibe, vem, dança comigo, baila
comigo
Mira,
mira
Rodopiemos juntos no meio do salão. Pelas cortinas.
A me arrastares pelo chão como cena de filme, beibe,
conhecida película de poeira e sangue,
Conhecida nódoa
e noite em que gritamos, gritamos até o último
susto daquele cachorro até o desespero surdo de nossos
pais.
E se me arrastares assim feito música
- os óculos retos na ponta do nariz –
Os letreiros subindo. O vestido vermelho, as margaridinhas
nascendo. O destilado na boca. Ou mesmo um gosto branco
de cola tenaz
Porque antes do baile, beibe, era um guloso gomo de quereres.
Um avançado gomo que propagado te batia na cara me
arranhava as costas fazia vibrar todo aquele antigo conjunto
de cristais. Os sepulcros perfumados emanavam rosas, beibe,
enquanto rabos balançavam ao luar. Rachavam-se doídas
as bonitas porcelanas – um gomo mesmo múltiplo
de cremosidades
Duas pedrículas de gelo, whisky puro malte escocês.
Torcia-se todo no meu corpo no seu copo no seu corpo dentro
de
Do you wanna fuck me, beibe? Vem aqui, me deixa desarranjar-te
os óculos os fios os zíperes os cabrestos
todos. Eu quero púbis, beibe. Quero cachos
Deixa comigo teus sorrisos variados, que a noite
É breve: convém correr para dentro dela convém
mantê-la assim entrededos convém não
prendê-la não fisgá-la entrepernas entre
um sonho e outro convém também levantar-te
porque
Let`s dance a tango, beibe, em profusão. Esperando
margaridas
ou letrinhas
aparecerem. O cachorro mudo de nossos pais.
Let`s make a movie, beibe. Together. With babies. With candies.
E
por favor de manhã não te esqueces de ornar
bem a gravata com todas
aquelas coloridas borboletinhas [uma a uma, cuidadosamente]
Não te esqueces de enrolar bem os cachos em meu vestido-purpurina.
Até a completa imobilidade. Em minhas doces amorosidades.
em meu supra-sumo, licor de rosidão. Amarra-me os
braços, ata-me, beibe. Aos postes: Flesh-flash, permanent
pink. Às cercas.
Mas
se me disseres agora,
- os óculos retos na ponta do nariz – antes
que anoiteça,
Se me disseres agora, beibe, o que é feito dos caco
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12/03/08
- Esperando Margaridas
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Serena
Play escreve porque a sua - parca - coordenação
motora jamais permitiu que seu violão fosse melhor.
Nas horas vagas é estudante. Estreante. Coadjuvante,
quando lhe apetece. Leitora. Imigrante. E boêmia.
Tem o péssimo hábito de adotar pseudônimos:
com o de Brisa Paim, publica no palavrapouca (www.palavrapouca.blogspot.com).
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