
05/05/08
4:
Mas o nosso céu está aqui
Se é
pronto este pano se é presente, então agora
eu digo E, beibe, OLHA-ME, porque te falo – quero
desfiar um verdadeiro rosário de astros. Para que
a tua boca, assim tomada, brilhosa de corpos e mais corpos
celestes
O deslinde
moreno, amanteigado, da minha; fixa de temperos e sórdidas
vorazes miudezas; lunar, genuíno ocre em azul-veludo:
- é que quando esse todocarnoso se dissolve no meu,
beibe, enfia-se em mim por entranhas
|E não
te convém, beibe, eu sei, abrir-te neste tanto o
peito, não te convém dar-me extrema em mimosidades.
Por isso, esconde-te, foge-te enquanto há tempo no
tempo. De mim, só palavras e plantas. Mortas e vivas.
Póstumos aniversários. E ruas d`uma cidade:
girassóis resvalidos ainda nadam no grande pátio|
P`ra
que a tua boca P`ra que a tua boca
Também
Postigo, via fechada, interrompida, cano de alcatraz. Prisioneira
Cancioneiro
arrebentado Tua sola,
, E
minha Garganta
Lamento
anão,
Feneça.
- neste
eco, señorita? Nos tons preclaros de tua voz? Uma
voz como que dentro d`outra, é minha boca |sempre|
colada na tua;
Para
que esta certeza
dura-reta,
bruta
definitiva,
P`ra
que essa boca
,
essa boca laureada
ANOITEÇA.
Dou-te então os astros e a canção.
Dou-te, beibe, a sola.
Bebe dos astros da sola da voz. De minha boca dentro da
tua. Pois por que não, beibe? quando algo assim se
imiscui é
volver o disco à partida
Apanha
as nossas roupas no chão esquecidas. Pois ainda nos
cabem. Vê? Vê o assentado exato da cintura?
Os botões ainda se fecham no mesmo lugar
Sim,
señorita. A minha mão guiando a tua, nesta
dança;
E minha
memória, beibe? Guiando a tua?
Nos
ridículos solares girassóis?
;
guiando a tua, sempre nesta dança
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Serena Play
escreve porque a sua - parca - coordenação
motora jamais permitiu que seu violão fosse melhor.
Nas horas vagas é estudante. Estreante. Coadjuvante,
quando lhe apetece. Leitora. Imigrante. E boêmia.
Tem o péssimo hábito de adotar pseudônimos:
com o de Brisa Paim, publica no palavrapouca (www.palavrapouca.blogspot.com).
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