
24/08/07
Arquitetura da informação,
ou como não se perder na internet
Reportagem recente de um jornal
da capital mineira divulgou dados de pesquisas da EMC Corporation
(empresa norte-americana de pesquisa de armazenamento e
gerenciamento de dados), em que apontam o total de informações
digitais produzidas no ano de 2006 como 3 milhões
de vezes mais informações contidas em todos
os livros até hoje publicados.
Para complicar ainda mais:
estas informações digitais equivalem a 12
pilhas de 150 milhões de km, ou, uma viagem entre
a terra e o sol. A marca é, obviamente, expressiva.
Com tais números não resta dúvida de
que estamos vivendo na era da informação.
Mas o que as pesquisas não apontaram, foi o conteúdo
– e a estruturação – dos dados
no ambiente digital.
A arquitetura da informação
no mundo digital deveria obedecer à lógica
inerente ao meio. Mecanismos de indexação,
por exemplo, deveriam facilitar o acesso do usuário
às respostas desejadas sem que este tenha de perder
um longo tempo navegando a esmo. Mas isto não acontece.
Tudo bem que o Google tenta ordenar as informações
para buscas mais rápidas e objetivas. Mas isto é
apenas o primeiro passo. O que pode ser um grande incômodo
na estruturação das informações
on-line aparece justamente a partir daí. Não
adianta termos uma quantia exorbitante de dados, se não
temos o acesso facilitado nem a um terço deles (para
ser otimista). A partir de agora, dê uma olhada nos
sites em que navega. Se demorar mais de 10 segundos tentando
encontrar a seção na qual estará o
que procura, saiba, você tem um problema de Arquitetura
da Informação.
O problema se dá, talvez,
por ainda não termos bem claro qual o papel do profissional
responsável pela estruturação da informação
no processo de elaboração de um website. O
Arquiteto da Informação ainda ocupa espaço
“secundário” na criação
do conteúdo digital. Nem mesmo as empresas de desenvolvimento
de websites têm consciência de sua importância.
Portanto, creio ser dever do
usuário apontar falhas da estruturação
da informação. Experimente enviar um e-mail
para os sites em que você navega mais comumente, questionando
porque não organizar os dados de maneira mais clara.
Quem sabe assim não temos 150 milhões de km
de informações desorganizadas.
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Salomão Terra
é jornalista, webpublisher, pós-graduando
em Jornalismo e Cultura pelo Uni-BH. Além de colaborador
e colunista do site O Binóculo, estuda Cibercultura
e Arquitetura da Informação, atua como webwriter,
matem o blog Infosfera e colabora em websites de tecnologia
e informação. Tecle com ele: salomaoterra@gmail.com
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