
27/02/08
Sem direito a um belo horizonte
O Estado de Minas, na capa
de seu caderno Gerais, no dia 19 de
fevereiro (leia
aqui), desnuda a pequenez da política legislativa
belo
horizontina.
O projeto que visava controlar
a poluição visual na cidade foi
boicotado, dentro dos próprios regimentos da câmara
municipal, pelo vereador
Preto, dos Democratas (pode chamar de PFL, se preferir).
O projeto já não
era tão ousado como o projeto cidade limpa de São
Paulo. Ao contrário do que aconteceu na capital paulistana,
o projeto
proposto pela prefeitura belo horizontina não proibia
as peças
publicitárias e outdoors em toda cidade. A proibição
total só seria
válida dentro dos limites da Avenida do Contorno.
No resto da cidade, os outdoors poderiam ser instalados
nas maiores avenidas, desde que fosse um por quarteirão.
Como eu já disse antes,
ainda não seria uma lei rigorosa como a de SP, mas
já seria um avanço e tanto. Seria.
Mas o que vemos é que
tudo não sairá do papel, pelo menos não
tão cedo. Mas agora, cabe perguntar nos interesses
de quem nossos
vereadores estão legislando. Pois, apesar de eu não
possuir nenhuma pesquisa de opiniões em mãos,
é pouco provável que a opinião pública
seja contrária a essa lei. Entram os interesses econômicos
das empresas de propaganda e outdoors, saí os interesses
de toda uma cidade que se sufoca no meio de tanto lixo.
Enquanto isso, temos que nos contentar com uma cidade sem
belos
horizontes, coberta por peças publicitárias
e aberrações visuais.
Obs: Eu não poderia
deixar de comentar, mesmo que muito brevemente, a renúncia
de Fidel Castro. Todo mundo que tem menos de 50 anos (tenho
25) nasceu e cresceu com a imagem de Fidel como um ser onipotente,
imbatível e quase imortal. Agora, uma mudança
está em curso, por mais que o poder vá para
as mãos de seu irmão a princípio. Estou
curioso para ver o que irá acontecer. Que a abertura
política venha, mas que o povo cubano não
perca todos os benefícios sociais conquistados pelo
regime.
Obs 2: a vida é muito
mais efêmera do que imaginamos.
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Renato
Rios Neto é jornalista e já foi vocalista
da banda Carahter, que teve um CD lançado, mais algumas
músicas gravadas por aí e fez turnês
pelo Brasil, América do Sul e Europa. Ele se considera
um boxeador frustrado e também apaixonado por literatura.
Fale com ele:
xrenato82x@gmail.com
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