OPPERAA
 
Baby Boom
     
 
 
     

Não, eu não quero pensar no tempo das coisas, nem em como elas começaram e muito menos quando pretendem terminar. Quero tentar em meio a tanto ruído ouvir minha intuição e segui-la. Ouvir o que meu coração diz das coisas. Faz tempo que nem sei o que é isso!

 
 

12/12/07
Desígnios

Tudo é uma questão de escolha e hoje eu escolhi não falar das guerras e tempestades que vemos todos os dias. Nem das enchentes e dos desabrigados, nem da pobreza do mundo, nem da saúde falida, nem dos impostos, nem de nada disso que a mídia nos abastece todos os dias. Chega! Estou farta de torcer os jornais e ver as gotas de sangue molharem os caminhos por onde passo. É sempre a mesma coisa, mudam-se somente os personagens. Eu cansei e resolvi a partir de então, a partir de agora, fugir do trivial. Chega de me prender a fatos reais.

Vivemos tão ocupados, sem tempo. Somos controlados pelos ponteiros do relógio. É ele quem nos impõe a rotina e quem faz com que percebamos que cada dia de vida é um dia de morte. Não, eu não quero pensar no tempo das coisas, nem em como elas começaram e muito menos quando pretendem terminar. Quero tentar em meio a tanto ruído ouvir minha intuição e segui-la. Ouvir o que meu coração diz das coisas. Faz tempo que nem sei o que é isso!

Quero tentar compreender o que realmente gosto e o que realmente quero. São coisas distintas, mas que se embolam na nossa mente. Se pensarmos nem sempre somos guiados por nós mesmos. Os estímulos externos vão nos conduzindo e como cavalos com cabrestos vamos sendo guiados rumo ao que chamamos de destino. Vamos tecendo nossa realidade com trapos. Talvez seja bom parar um pouco. Vivemos a mil hora.

Talvez seja interessante ter paciência e não levar as coisas tão a sério. Quem sabe ir na valsa? Talvez seja bom não nos apegarmos tanto aos bens desta terra, afinal, nada aqui é realmente nosso. Nunca vi em velório caixões com gavetas, nem notas de dinheiro comprando a vida. Mas por vezes nos deixamos levar pela aparência, pelo o que brilha e reluz diante de nossos olhos. Nos deixamos levar pela ganância, pelo constante “ter”. Esquecemos até quem somos e nem lembramos de onde viemos. Dos que nos ajudaram a chegar até aqui então, vixe! Pra quê lembrar? Já alcançamos o topo, não é mesmo?

Por vezes deixamos nosso egoísmo agir por nós e perdemos oportunidades únicas de fazer o bem ao próximo. Chega de guerras, de tempestades. Vamos quebrar nossos rádios. Vamos rasgar nossos discursos falidos. Vamos cultivar o silêncio. Vamos deixar as dores cicatrizarem. É hora de flores, de paixões e de certezas. É hora de deixar os pés descolarem do chão. Ainda há tempo de fazermos um caminho diferente. Tudo depende das escolhas.


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Patrícia Caldas é uma carioca que ama Belo Horizonte, mas não abre mão das lindas praias da cidade maravilhosa. Sua alegria está em escrever e gritar para os quatro cantos do mundo suas verdades. Além de ter esperanças de um mundo melhor, ser irônica e perspicaz, é jornalista. Escreve todas as quartas-feiras na coluna Diz Tudo. E-mail: p.jornalista@gmail.com

   
 

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