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É como se estivéssemos num emaranhado, num verdadeiro nó em que se perdeu o início do fio. Outro dia mesmo li sobre uma família de Brasília que veio ao Rio e pela precariedade na sinalização acabaram se perdendo.

Foto: Portal G1

 
 

12/09/07
Violência e derivados

Essa semana dois ministros, Márcio Fortes, das Cidades, e Pedro Brito, dos Portos e o secretário de Transportes do Rio, Júlio Lopes viveram momentos de tensão. A bordo do trem que fazia a viagem inaugural das obras de revitalização do porto do Rio, os ministros e o secretário foram alvo fácil para traficantes da favela do Jacarezinho, que disparam inúmeros tiros no vagão em que eles estavam. Eles haviam sido avisados dos riscos que o percurso oferecia, mas é aquela velha história, a gente sempre acha que nada de ruim vai acontecer com a gente. Nenhum saiu ferido, mas foi bom vê-los sentirem um pouco do medo que os cidadãos comuns vivem diariamente.

A secretaria de Segurança prometeu um revide à altura, mas isso não basta. É preciso que haja uma solução eficiente. Que a proteção aconteça não só quando há eventos como o Pan. Tudo coisa para inglês ver! De que adianta a polícia apreender as armas dos traficantes se é ela mesma quem sobe os morros para revendê-la? Se é essa polícia nojenta que passa para recolher a propina do dono bar que já foi assaltado 200 vezes e que para ter um pouco de segurança precisa pagar por ela. Infelizmente temos visto no noticiário uma polícia cada vez mais corrupta, inescrupulosa e prostituída. Sobre casos de PMs envolvidos em redes de prostituição foram mais de 20 matérias mês passado. Isso que eu tenha lido, fora as que escaparam da minha vista. A situação fica muito mais complexa quando não sabemos mais discernir quem é quem no meio dos bandidos. Do jeito que ta a gente confunde.

São por essas e outras que a imagem do Rio continua sendo a de um lugar muito perigoso, onde as balas perdidas circulam pelos céus ininterruptamente. Essa imagem não será apagada tão cedo. É como se estivéssemos num emaranhado, num verdadeiro nó em que se perdeu o início do fio. Outro dia mesmo li sobre uma família de Brasília que veio ao Rio e pela precariedade na sinalização acabaram se perdendo. Coitados! O óbvio aconteceu: assaltados. Aqui é assim, se não sabe o caminho tenha certeza de que há 90% de chance de se cair em alguma favela e aí meu irmão, corre, porque ou bicho ta pegando por lá ou a próxima vitima será você. A violência já se transformou em uma triste rotina no Rio e por mais que se fale em investimentos na área de segurança não há um lugar aqui se possa chamar de seguro.

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Patrícia Caldas é uma carioca que ama Belo Horizonte, mas não abre mão das lindas praias da cidade maravilhosa. Sua alegria está em escrever e gritar para os quatro cantos do mundo suas verdades. Além de ter esperanças de um mundo melhor, ser irônica e perspicaz, é jornalista. Escreve todas as quartas-feiras na coluna Diz Tudo. E-mail: p.jornalista@gmail.com

   
 

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