
05/12/07
Tranqüila para matar!
Tem gente que acha que é
bobagem, mas garanto, não é não. Dá
uma vontade de matar o primeiro infeliz que cruza nosso
caminho. O sangue parece que ferve. Ficamos em ponto de
bala, prestes a explodir. Barulhos como o de um salto tipo
agulha fazendo toc toc no chão soam como uma
orquestra desafinada no nosso cérebro. É uma
irritabilidade, uma ansiedade, uma coisa de louco! Realmente
achamos que vamos pirar! Quando ela chega o mundo se transforma.
TPM, eis a vilã da vida moderna e o principal problema
das mulheres e dos seres que estão ao redor delas.
Infelizmente a bendita TPM
começa a atrapalhar nossas vidas desde a adolescência
e o pior, sem tempo certo para terminar. Dizem que seu fim
se dá na menopausa. (Meu Deus! Até lá
ainda falta uma eternidade!) É impressionante como
essa coisinha de três letras age em nosso corpo, mente
e alma. Tudo se torna mil vezes mais complicado. Ficamos
literalmente perturbadas, à flor da pele. Já
somos delicadas e cheias de frescuras (confesso que somos
mesmo) por natureza, com TPM então! Não venha
discutir a relação, tentar resolver um problema
ou simplesmente perguntar porque está chovendo hoje
para uma mulher com TPM. Esteja certo, você vai morrer!
Só sei que ficamos tão
frágeis! Choramos até com comercial de margarina,
simplesmente por ver aquela família feliz, em volta
da mesa no café da manhã. TPM não é
o fim do mundo, é só um momento em que tudo,
literalmente tudo, ganha proporções exorbitantes.
Ficamos mais chatas do que o habitual, mas não menos
interessantes, é claro. Deus caprichou nas dores
que sentiríamos, mas não foi menos bondoso
quando nos esculpiu como violões, quando nos deu
a doçura das maçãs, quando nos fez
sentimentais, maternais e acima de tudo, até das
TPMs, sensuais.
Se os homens soubessem como
o mundo fica mais difícil de ser habitado durante
a tensão pré, durante e pós, os relacionamentos
seriam mais duradouros. Porque ainda tem isso. A TPM avisa
que está chegando, chega e ainda custa a ir embora.
Parece aquela visita indesejável, que você
até coloca a vassoura de cabeça pra baixo
atrás da porta para que ela vá embora mais
depressa. Você faz de tudo para que ela nem chegue,
mas não adianta, ela vem e vem pra detonar o mundo
feminino. O bom é que todo mês conseguimos
vence-la, ainda que no seguinte ela nos leve a nocaute novamente.
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Patrícia Caldas
é uma carioca que ama Belo Horizonte, mas não
abre mão das lindas praias da cidade maravilhosa.
Sua alegria está em escrever e gritar para os quatro
cantos do mundo suas verdades. Além de ter esperanças
de um mundo melhor, ser irônica e perspicaz, é
jornalista. Escreve todas as quartas-feiras na coluna Diz
Tudo. E-mail: p.jornalista@gmail.com
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