OPPERAA
 
Baby Boom
     
 
 
     

Percebi que o tempo está passando e que os livros continuam fechados na prateleira. Percebi que tenho tarefas acumuladas, mas que observar a natureza é primordial.

Reprodução de "A Primavera". Pintura a óleo, do jardim de Monet, Giverny, 1886.

 
 

29/08/07
Descobertas

Hoje parei para refletir sobre o caos da humanidade e descobri que a culpa está na arrogância e ganância do homem. Descobri que o trabalho pode ser também um momento prazeroso, desde que você esteja disposto a encarar as cosias assim como elas são: simples. Descobri que complico tudo, que pego pequenas pedras que encontro no caminho e as transformo em grandes montanhas cujas minhas pernas não conseguem se sobrepor. Descobri que uma noite de sono bem dormida é o melhor remédio para o mau humor. Descobri que apesar de não ter os amigos mais perfeitos do mundo, existem pessoas em minha vida que jamais quero abrir mão, pelo simples fato delas me fazerem sorrir. Descobri que é preciso muito pouco para se magoar alguém e muito tempo e paciência para se reconquistar um coração ferido. Descobri que ainda tenho tantas descobertas a fazer que até me perco no meu ínfimo mundinho egoísta e egocêntrico.

Percebi que é necessário parar às vezes, que é bom meditar e que a vida é muito mais do que o presente nos oferece. Percebi que a vaidade não é nada, a não ser um pigmento de luxuria que contamina nossa alma. Percebi que café não é tão ruim assim. Que às vezes podemos abrir mão de coisas que gostamos. Percebi que algumas pessoas vão embora cedo demais de nossas vidas. Percebi que o tempo está passando e que os livros continuam fechados na prateleira. Percebi que tenho tarefas acumuladas, mas que observar a natureza é primordial. Percebi que necessito mais das pessoas por medo da solidão. Percebi que posso ser minha melhor companhia desde que eu esteja em sintonia comigo mesma e com o mundo ao redor. Percebi que amo demais, mas que exijo tanto das pessoas que às vezes elas fogem de mim.

Senti que as palavras brotam na ponta dos dedos. Senti-me estranha diante da miséria, da pobreza, da injustiça. Senti repúdio ao ver o ódio nos olhos do assassino. Senti pena. Senti ódio. Já senti vontade de sumir. Já senti dó, saudade, satisfação. Sinto prazer. Sinto fome. Sinto coisas que não sentia tempos atrás. Sinto o tempo passar.

E entres descobertas, percepções e sentidos a vida se faz quebra-cabeça. E entre as vontades descobertas, percebidas e sentidas existem lacunas que só o tempo nos fará perceber, que só as experiências nos farão viver e que só a morte pode impedir que aconteça. Somos partes, somos encaixe, mas nem sempre somos tudo o que queremos, podemos ou temos de ser.


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Patrícia Caldas é uma carioca que ama Belo Horizonte, mas não abre mão das lindas praias da cidade maravilhosa. Sua alegria está em escrever e gritar para os quatro cantos do mundo suas verdades. Além de ter esperanças de um mundo melhor, ser irônica e perspicaz, é jornalista. Escreve todas as quartas-feiras na coluna Diz Tudo. E-mail: p.jornalista@gmail.com

   
 

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