
29/08/07
Descobertas
Hoje parei para refletir sobre
o caos da humanidade e descobri que a culpa está
na arrogância e ganância do homem. Descobri
que o trabalho pode ser também um momento prazeroso,
desde que você esteja disposto a encarar as cosias
assim como elas são: simples. Descobri que complico
tudo, que pego pequenas pedras que encontro no caminho e
as transformo em grandes montanhas cujas minhas pernas não
conseguem se sobrepor. Descobri que uma noite de sono bem
dormida é o melhor remédio para o mau humor.
Descobri que apesar de não ter os amigos mais perfeitos
do mundo, existem pessoas em minha vida que jamais quero
abrir mão, pelo simples fato delas me fazerem sorrir.
Descobri que é preciso muito pouco para se magoar
alguém e muito tempo e paciência para se reconquistar
um coração ferido. Descobri que ainda tenho
tantas descobertas a fazer que até me perco no meu
ínfimo mundinho egoísta e egocêntrico.
Percebi que é necessário
parar às vezes, que é bom meditar e que a
vida é muito mais do que o presente nos oferece.
Percebi que a vaidade não é nada, a não
ser um pigmento de luxuria que contamina nossa alma. Percebi
que café não é tão ruim assim.
Que às vezes podemos abrir mão de coisas que
gostamos. Percebi que algumas pessoas vão embora
cedo demais de nossas vidas. Percebi que o tempo está
passando e que os livros continuam fechados na prateleira.
Percebi que tenho tarefas acumuladas, mas que observar a
natureza é primordial. Percebi que necessito mais
das pessoas por medo da solidão. Percebi que posso
ser minha melhor companhia desde que eu esteja em sintonia
comigo mesma e com o mundo ao redor. Percebi que amo demais,
mas que exijo tanto das pessoas que às vezes elas
fogem de mim.
Senti que as palavras brotam
na ponta dos dedos. Senti-me estranha diante da miséria,
da pobreza, da injustiça. Senti repúdio ao
ver o ódio nos olhos do assassino. Senti pena. Senti
ódio. Já senti vontade de sumir. Já
senti dó, saudade, satisfação. Sinto
prazer. Sinto fome. Sinto coisas que não sentia tempos
atrás. Sinto o tempo passar.
E entres descobertas, percepções
e sentidos a vida se faz quebra-cabeça. E entre as
vontades descobertas, percebidas e sentidas existem lacunas
que só o tempo nos fará perceber, que só
as experiências nos farão viver e que só
a morte pode impedir que aconteça. Somos partes,
somos encaixe, mas nem sempre somos tudo o que queremos,
podemos ou temos de ser.
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Patrícia Caldas
é uma carioca que ama Belo Horizonte, mas não
abre mão das lindas praias da cidade maravilhosa.
Sua alegria está em escrever e gritar para os quatro
cantos do mundo suas verdades. Além de ter esperanças
de um mundo melhor, ser irônica e perspicaz, é
jornalista. Escreve todas as quartas-feiras na coluna Diz
Tudo. E-mail: p.jornalista@gmail.com
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