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Quarta-feira - 27/02/07

Rasgando o verbo

Não gosto de escrever por escrever. Gosto de usar as palavras certas, nas horas incertas e da maneira como fluem em mim. Não queria simplesmente começar aqui, queria começar direito. E foi isso que eu falei. Quero paixão nas minhas palavras, não quero fazer por fazer. Acredito que na vida sou assim também. Gosto de ir até o fim, ainda que tenha imensa vontade de desistir quando a barra aperta. Mas não desisto. Sou teimosa, persistente.

E ninguém melhor que minhas companheiras, as palavras, para expressarem isso. Quero usá-las para mostrar que além de jornalista posso falar de poesia, de literatura e mostrar, por quê não?, que ainda vale a pena ser “romântica” em meio às calamidades que temos vivido. Quero expressar a realidade triste e cruel que encontramos nas páginas amargas dos jornais, telejornais, revistas... Mas quero mostrar também que existe algo bom neste mundo. Quero gritar pros quatros cantos que existe diferença, mas que a igualdade também tem seu espaço, nem que seja pequenininho. Quero que minhas palavras flutuem por aí, que toquem alguém, que mexam não só comigo, mas com quem estiver com elas.

Ah! Ser jornalista, nova, crua, talvez seja bom, porque ainda reside em mim a esperança de retratar uma realidade talvez distante dessa cotidiana. Há em mim palavras soltas, que querem gritar verdades, vomitar angústias e adoçar corações esperançosos de paz, respeito e dignidade. Até quando vamos ficar de braços cruzados enquanto crianças são arrastadas até a morte por bandidos sem piedade? Até quando ficaremos calados esperando que as leis mudem sozinhas? Até quando teremos medo de andar pelos centros das cidades brasileiras, porque é assim que as pessoas andam: com medo, com muito medo. Até quando, eu pergunto? Será que iremos explodir de tanto calor nessa Terra? Porque estamos caminhando para isso, para um mundo de temperaturas elevadas, de geleiras desmanchadas e não teremos protetor solar suficiente para nos privar dos cânceres.

Eu quero acreditar, quero muito e de verdade, que tudo vai mudar. Talvez tudo isto seja utópico demais, vago demais e estranho demais, mas creio que nunca será demais lutar por aquilo que defendemos. Tenho palavras para soltar, verbos para registrar e pensamentos para formar. Eis-me aqui.


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Patrícia Caldas é uma carioca que ama Belo Horizonte, mas não abre mão das lindas praias da cidade maravilhosa. Sua alegria está em escrever e gritar para os quatro cantos do mundo suas verdades. Além de ter esperanças de um mundo melhor, ser irônica e perspicaz, é jornalista. Escreve todas as quartas-feiras na coluna Diz Tudo. E-mail: p.jornalista@gmail.com

 

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