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Baby Boom
     
 
 
     

Temos um governo que aprendeu que política de segurança é matar todo mundo. Um secretário que apóia policiais desastrosos e que pede desculpas às vítimas pelas suas trapalhadas. Mas o fato é que isso acontecerá até o dia em que ele mesmo for o defunto do noticiário.

Foto retirada daqui:
http://www.flickr.com/photos/urbanwar/

 
 

04/08/08
Rio faroeste

Vivemos uma guerra, não há dúvidas. Um verdadeiro bang-bang, em que não dá para confiar em ninguém. Este mês assustou-me um pouco mais. Inocentes mortos. Sangue no chão. Filhos vendo seus pais morrerem a troco de nada, pelo simples despreparo da polícia. Uma polícia que chega atirando, sem saber qual é o alvo. Uma polícia criminosa, suja, mal paga. A pergunta que fica é: por que então ser um policial? Os riscos são imensos e, em muitos momentos, é preciso decidir entre viver ou matar. E para que se arriscar por tão pouco? Para que carregar tantas mortes nas costas se seu salário é de fome? Se não por amor à profissão, qual o motivo? Há tantas outras coisas a serem feitas, por que então vestir uma farda? Não dá para confiar em ninguém, muito menos naqueles que estão aqui para nos proteger.

Pego os jornais e eles sangram. São relatos diários de uma cidade em guerra. E o cômico da história é que estou no meio do faroeste, e penso que um dia poderei ser eu o presunto estendido no chão. Os fatos acontecem ao meu lado e nada posso fazer para mudá-los, a não ser expor em meras e delicadas linhas minha imensa insatisfação e indignação com tudo e todos. Temos um governo que aprendeu que política de segurança é matar todo mundo. Um secretário que apóia policiais desastrosos e que pede desculpas às vítimas pelas suas trapalhadas. Mas o fato é que isso acontecerá até o dia em que ele mesmo for o defunto do noticiário.

Será que precisaremos esperar este dia? Será que novas vidas serão dizimadas a troco de nada? É preciso uma mudança urgente nos conceitos de Segurança Pública. Vivemos atemorizados, angustiados. O carioca está cansado de se expor a encenação dos que dizem estar no caminho certo do combate ao tráfico e ao crime. Enquanto as autoridades não entenderem que tiro e bala não são suficientes, viveremos este caos. É preciso dar educação ao povo, dignidade, moradia, emprego. Em pouco tempo seremos engolidos. É preciso que haja uma mudança extrema e que todos se mobilizem. O Rio está em guerra e nela somos todos a próxima vítima.

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Patrícia Caldas é uma carioca que ama Belo Horizonte, mas não abre mão das lindas praias da cidade maravilhosa. Sua alegria está em escrever e gritar para os quatro cantos do mundo suas verdades. Além de ter esperanças de um mundo melhor, ser irônica e perspicaz, é jornalista. Escreve todas as quartas-feiras na coluna Diz Tudo. E-mail: p.jornalista@gmail.com

   
 

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