
28/05/08
Diferenças
Interessante como não conhecemos realmente o ser
humano. Ser de tantas tramóias, de tantos disfarces.
Por vezes, convivemos anos a fio, passamos mais tempo junto
a outro ser do que refletindo sobre nós mesmos e
concluímos o inevitável – não
conhecemos ninguém verdadeiramente. Mas há
um meio de fazer com que as máscaras caiam. Uma palavra
pequena e que em mãos erradas causa mais danos do
que se possa mensurar. Poder, eis o mistério capaz
de desvendar até os mais hipócritas.
Interessante é que poucos sabem a diferença
entre poder e autoridade. Ainda que caminhem juntos, lado
a lado, um não depende do outro. Autoridade está
para respeito assim como educação está
para berço. Você pode não ser nada e
mesmo assim ter o respeito das pessoas, porque respeito
e educação a gente sempre dá antes
de exigir. Mas quem não conhece o real significado
das coisas se atropela. É aí que a arrogância
culmina.
Seria tudo tão
mais fácil se o ser humano se lembrasse das suas
origens, de onde veio e quem o ajudou a chegar até
aqui. Podem ser as mesmas pessoas que te ajudarão
a alcançar outros degraus. Com certeza não
foi sozinho que você deu seu primeiro passo. Mas quando
um ser, cujo poder em mãos o alucina, necessita se
destacar sobre os outros e lhe falta à maturidade
e sabedoria que só o tempo traz, percebemos como
a vaidade é intrínseca à nossa natureza.
Como o ‘ter’, infelizmente, se sobrepõe
ao ‘ser’ com a mesma facilidade que uma folha
é levada pelo vento.
Quem tem autoridade
tem poder em mãos, mas quem tem poder nem sempre
tem autoridade. Ter poder é ter em mãos a
autorização para executar algo, para definir
algo, para mandar e até mesmo exigir. Nada mais que
isso. É semelhante àqueles que são
tão pobres que só tem dinheiro. Nada mais.
São os que conhecessem apenas o valor impresso em
papel.
Uma das essências
da liderança que muitos desconhecem é que
o líder não veio para ser servido, e sim para
servir. Se a vida acontece nos detalhes são eles
que nos mostrarão mais a frente o que nos tornamos.
Assim veremos até que ponto a arrogância e
o amor prevaleceram, ou melhor, qual deles sobreviveu.
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Patrícia Caldas
é uma carioca que ama Belo Horizonte, mas não
abre mão das lindas praias da cidade maravilhosa.
Sua alegria está em escrever e gritar para os quatro
cantos do mundo suas verdades. Além de ter esperanças
de um mundo melhor, ser irônica e perspicaz, é
jornalista. Escreve todas as quartas-feiras na coluna Diz
Tudo. E-mail: p.jornalista@gmail.com
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