OPPERAA
 
Baby Boom
     
 
 
     

Ao olhar o relógio percebeu quanto tempo havia se passado, mas já não sabia mais em que tempo estava, a que tempo pertencia, se é que algum dia o tempo lhe pertenceu.

Detalhe: Miro, Hand Catching a Bird.

 
 

16/04/08
Fomos todos reprovados

O movimento é simples, não exige muito esforço, mas requer prudência, a mesma que por vezes ignoramos. Músculos e veias se contorcem, o sangue precisa então correr com mais força e intensidade para que o braço se erga. É nesse instante, quando menos notamos, que ele se levanta e como uma arma prestes a disparar encontra seu destino: a face alheia. Ninguém gosta de ouvir verdades, porque o zumbido incomoda. Quando notamos as fraquezas existentes em nós sentimo-nos envergonhados. Não gostamos de mostrar para o outro, de assumir perante nosso próprio ego, que não somos perfeitos. Assumir nossos erros nos custa muito, inclusive o exercício da humildade. Isso é para poucos. Mas como é fácil levantar o dedo e erguer a voz!

Nunca se sabe de que lado a vida nos posicionará nem muito menos até que ponto do caminho se poderá chegar. Mas por vezes, por muitas vezes, perdemos tempo ao perceber as fraquezas das pessoas e esquecemos-nos de olhar para nosso próprio umbigo. Talvez seja por isso que existem dias e noites, para que tenhamos tempo de respirar, de refletir sobre atitudes, de criarmos opiniões, de exercemos nossos valores. É muito fácil falar, difícil é aceitar as pessoas como elas são, é compreender os momentos, é dar apoio na queda e estender um braço, oferecer um colo. O mundo é cruel. Quanto mais der para pisarem, mais pisados seremos. Nos cobram muito. Querem de nós o que nem sempre temos para oferecer. Acabamos nos cobrando também, porque não gostamos de falhar.

Li que devemos amar mais e criticar menos. Bom seria se fosse assim. Sabemos exigir, não aprendemos a esperar. Adquirimos todo tipo de conhecimento, mas não somos capazes de entender um olhar perdido. Viajamos pelo mundo, adquirimos bens e fortunas, mas nada compra uma amizade verdadeira ou a confiança de alguém. A vida tem surpresas escondidas. Para os corajosos o futuro é uma nova chance de se fazer melhor.

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Patrícia Caldas é uma carioca que ama Belo Horizonte, mas não abre mão das lindas praias da cidade maravilhosa. Sua alegria está em escrever e gritar para os quatro cantos do mundo suas verdades. Além de ter esperanças de um mundo melhor, ser irônica e perspicaz, é jornalista. Escreve todas as quartas-feiras na coluna Diz Tudo. E-mail: p.jornalista@gmail.com

   
 

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