
11/03/08
A luz e o cu PONTO
Pis-ca-va. Pis-ca-va a Luz. Pis-ca-va o Cú. Ele tinha medo. Medo do desconhecido. Medo de continuar. Medo de saber. MEDO: PÂNICO: PAVOR. Ele. Queria saber quando viria tudo, mas pis-ca-va. Queria saber quando os planos deixaram de poder virar vida concreta. Pensou no ponto. O Ponto final estava chegando e ele. Pis-ca-va. A luz pis-ca-va. Estava chegando ao fim, mas insistia em pis-car. Mostrava que apesar de estar gasta ainda estava viva. Ela era uma luz viva. E ele? Ele era como aquela Luz. Pis-ca-va. Pelo cú. Ele pis-ca-va. Se sentia morto a cada apagar. Tinha medo. A Luz tinha medo? Ele tinha medo e sua vida estava próxima ao ponto final. O ponto final. Se preparou tanto para aquilo. Que tinha medo. Pavor....Ele queria. Queria, queria, queria. Mesmo pis-can-do ele queria saber. “Quando vem tudo?”. Ele piscava. E ainda tinha perguntas. A Luz piscava. Nunca viveu. Queria e não. Tinha perguntas? Agora, pis-can-do com a luz, ele queria. Não viver. Queria logo o ponto. O final. Sem mais vírgulas, sem mais interrogações ou exclamações. Cansou desses pontos. Queria o final. Cansou de pis-car. Seu cú pis-ca-va de medo.
Pis-cou:
- parou o Cú,
ponto.
- queimou a Luz,
PONTO.
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2007
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Marcelo Valadares é
jornalista e mestrando em Ciências da Comunicação
pela Universidade Nova de Lisboa. Escreve para O binóculo
todas as quintas. Fale com ele: marcelo_valadares@hotmail.com
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